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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sustentabilidade: Trazendo o futuro a valor presente

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Na semana passada tive a oportunidade de palestrar na Expo Management 2010, onde falei sobre o Valor da Sustentabilidade.

Abaixo um artigo recente em que coloco alguns conceitos que utilizei na palestra:

Andrew W. Savitz, autor de "A Empresa Sustentável", define sustentabilidade como a arte de fazer negócios num mundo interdependente. Para ele, como para John Elkington e tantos outros, a empresa sustentável de verdade gera lucro ao mesmo tempo em que protege o meio-ambiente e melhora a vida das pessoas com quem mantém relações.

Não existe empresa bem sucedida em sociedade falida. Lucratividade, competitividade e produtividade não podem estar dissociadas da sustentabilidade, principalmente no meio empresarial. Com este novo mind-set, o conceito de sustentabilidade se tornará cada vez mais valorizado pela sociedade e se transformará num modelo para as empresas agregarem maior valor aos seus acionistas, principalmente no longo prazo. Sim… no longo prazo.

Temos dito que o mercado de capitais – Wall Street em sua máxima expressão – precisa aprender a recompensar o crescimento duradouro, em vez de apenas superar as expectativas para o próximo trimestre (a famigerada ditadura do próximo quarter).

Essa mudança de "jeito de ser", de forma mais integral, levará tempo, mas acontecerá, porque é lógica e necessária. No fundo, todos reconhecemos e tememos, em maior o menor grau, as ameaças do que temos plantado nos últimos 100 anos. No fundo, todos ainda queremos viver juntos no planeta Terra durante muito tempo e, para que ele exista ao longo do tempo – pelo menos de forma habitável, teremos de mudar nossa visão de mundo e práticas de quotidiano, inclusive de pensar e fazer negócios.

Essa mentalidade de longo prazo, na qual muito do conceito de sustentabilidade se baseia, torna-se cada vez mais crítica e nítida nas decisões no mundo corporativo. Já não é novidade que as empresas sustentáveis têm maiores chances de gozar de vida longa, pois tendem a ganhar a preferência dos consumidores, manterem boa reputação, controlar melhor seus riscos, proteger mais valor e enfrentar menos problemas na justiça e em órgãos de fiscalização, uma vez que prezam o bom relacionamento com seus stakeholders.

Os investidores, por sua vez, passam paulatinamente a considerar aspectos como responsabilidade social e ambiental, transparência e alinhamento de interesses entre acionistas controladores e minoritários na hora de analisarem as empresas para fins de investimento e tomarem suas decisões.

De fato, valorizar empresas sustentáveis pelo simples fato de não serem uma ameaça à nossa sobrevivência é obrigação de cada um de nós como consumidores, trabalhadores, cidadãos e acionistas/investidores.

A ganância poderá ser a sentença de morte para as empresas. As pessoas estão atentas, mais interessadas no que interfere na melhor qualidade de vida do planeta, no bem comum. Isso explica porque um consumidor, cada vez mais, rejeitará um sapato produzido a partir do trabalho infantil ou um automóvel cuja produção agrediu determinada comunidade. Ou até mesmo escolherá um destino para sua viagem.

Trazer a certeza da preservação da vida, da nossa vida no futuro, a valor presente é a única decisão econômica imperativa a todos os agentes econômicos. No ecossistema global essa é uma ameaça comum a todos. E por isso faz sentido o esforço integrado e conjunto para dirimir-se este risco.

Sustentabilidade é uma causa e uma prática evolutiva. É a defesa do futuro da vida. Como tal, não é esforço de um, nem assunto para amanhã.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tempo dos resilientes

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Mais do que ser competente, eficiente e eficaz, antever os problemas e ser proativo, hoje o diferencial do profissional é ser resiliente. Veja a razão e aprenda como desenvolver esta característica na vida pessoal e profissional

Quase sempre me pego entre os encantos e devaneios do mundo de hoje, porém, nem sempre chego a uma conclusão. Ainda assim, tenho a convicção da grande dificuldade que o ser humano contemporâneo tem em lidar com suas frustrações.

Como sempre digo, pensar os problemas e as dificuldades tem sido uma tarefa fácil aos pensadores. No entanto, acredito na busca das soluções por meio da resiliência – uma difícil estratégia de equilíbrio.

A resiliência é um termo advindo da física e traz em sua essência a ideia de que uma estrutura elástica tem a capacidade de ser deformada ou esticada, voltando sempre a sua forma original. Para nós psicólogos, esta é a grande habilidade que o ser humano deve ter para administração de situações de conflitos e crises nos dias de hoje.

Alguém resiliente é capaz de passar por grandes momentos de dificuldade, tais como: traumas, situações estressantes, conflitos e crises dos mais diferentes tipos. O resiliente consegue sair destas situações positivamente transformado, como se tivesse atravessado o “inferno” e retornado de lá melhor estruturado.

É impressionante a quantidade de situações frustrantes e de conflitos que conseguimos administrar. Ser competente, eficiente e eficaz, antever os problemas e ser proativo são apenas algumas das características que, atualmente, são fundamentais para que sejamos bons profissionais. Mas, o que realmente tem sido um diferencial é a capacidade de resiliência que uma pessoa pode ter.

Mas talvez a complexidade em ser resiliente esteja nos elementos que a estruturam, muito mais do que na ação em si. Uma das principais características do resiliente é quanto a sua auto-estima, a qual não privilegia suas capacidades, mas a compreensão de suas limitações, fazendo com que exista um equilíbrio das forças, aliado a satisfação de suas próprias cobranças pessoais.

O desequilíbrio entre auto-estima e cobrança pessoal pode ser o grande desencadeador de conflitos, ou em alguns casos, até de patologias do psiquismo. Possivelmente a melhor estratégia para alcançar este equilíbrio seja a busca pela flexibilidade, não frente aos comportamentos do outro, mas sim a sua própria forma de agir no mundo.

Compreendendo isto como um fato, o passo seguinte é estabelecer relações humanas mais favoráveis, onde o dar e receber se torne natural e não apenas uma obrigação social ou mesmo uma estratégia formalizada. Ao entendermos que lidamos com pessoas e não com processos ou procedimentos, internalizamos outras possibilidades, as quais nos dão acesso a uma maior gama de ações na solução dos conflitos.

Buscar um pensamento independente é a próxima instância após percebermos a ampliação do universo no qual estamos inseridos. Ao pensarmos em um contexto profissional, a quantidade de variáveis que surgirão ao adequarmos nossas relações humanas nos criará novos papéis e possibilidades, que se não nos permitirmos pensar, toda ação irá por terra. Confira abaixo algumas dicas para se manter resiliente:
  1. Mantenha a mente aberta. 
  2. Não se esqueça de manter o bom humor, pois este ingrediente é o diferencial dos vencedores. Quem alimenta o ódio e o rancor, além de não alcançar seus objetivos, corre o risco de adoecer precocemente.
  3. Busque perceber o tempo todo seus próprios sentimentos, pois desta maneira não será pego de surpresa por momentos incontroláveis. Aproveite e esteja atendo aos sentimentos das pessoas a sua volta, pois esta poderá ser sua “arma secreta” para evitar conflitos.
  4. Mantenha-se sempre compromissado com a vida, vivendo plenamente seus planos e objetivos, podendo ressignificá-los a qualquer tempo, ou seja, refazer seus projetos.
Por fim acredito em três princípios básicos para a vida, os quais também servem aos resilientes:
  1. Priorize-se – você em 1º lugar pode fazer bem ao mundo todo!
  2. Recomece sempre – você sempre pode reescrever a sua própria história.
  3. Nunca desista – sempre há uma saída.