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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Como escrever e-mails para uma empresa

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Comunicar-se com eficiência é algo imprescindível  em qualquer carreira, seja como empreendedor ou enquanto outro tipo de profissional.
O E-mail faz parte desta gleba de diferentes maneiras de transmitir uma mensagem e por mais que pareça algo simples e corriqueiro, redigir e enviar um e-mail profissional não é algo tão fácil.


Acontece que por mais que enviar e-mails seja uma realidade, afinal, praticamos todos os dias, fazê-lo de uma forma profissional exige alguns cuidados e nuances que merecem ser analisadas.

Quando você está enviando e-mail para empresas, ou para outros colegas de profissão, é preciso ter certeza de que a mensagem que você quer transmitir será interpretada por todos de igual forma.

Imagine a confusão se você dizer A, o departamento de marketing entender B e o setor de vendas interpretar como C… Você poderá ficar em maus lençóis.
→Pode ser interessante: 40 dicas para falar em público
→Você irá gostarA importância do e-mail marketing para micro-empresas
 (Isto é merchadising do autor)

Como começar um email para uma empresa

A primeira impressão é sempre a mais importante, por isso, dedique-se a criar uma introdução que cative o destinatário a ler sua mensagem e o mais importante, responder de volta.

E-mail para empresas exigem formalidade.

Ser formal não significa falar como se estivesse no século XIX, mas sim escrever de formam correta e clara sem fazer uso de gírias ou linguagem coloquial como o internetês.
Sempre comece um e-mail por um tratamento ao destinatário seguido por uma qualificação que identifique e individualize a pessoa.
Ex:
  • Caro Rodrigo, diretor de vendas;
  • Prezado João, gerente de compras;
  • Estimado Silva, profissional de marketing;
  • Prezado(a)  senhor(a) (caso não saiba a qualificação do destinatário.)

Nunca comece pelo assunto

Nas aulas de redação aprendemos que nunca devemos começar um texto pelo título. O princípio é o mesmo para e-mails comerciais. Deixe o assunto do e-mail por último para que você crie um título relevante e condizente com aquilo que você escreveu.

Seja claro e objetivo ao enviar e-mails para uma empresa

O romantismo das cartas não cabe em uma mensagem de e-mail. É extremamente importante que você seja claro e objetivo.

Sua mensagem deve ser curta, direta e abordar tão somente o necessário.

Não é possível falar em um número exato de caracteres, pois varia de mensagem para mensagem, de toda forma, acredito que 90 palavras sejam suficientes para transmitir qualquer mensagem corporativa.
ex:
Prezado Rafael Souza,
  1. Gostaria que os relatórios X me fossem enviados até a manhã.
  2. Se for possível, Faça um backup dos arquivos de número 35

Viu? Curto, simples, direto e objetivo. Se o assunto for complexo demais, você correrá um sério risco de ter sua mensagem interpretada de forma diversa da pretendida, porquanto recomenda-se que se faça uso do telefone ou de uma reunião pessoal.

Será que se você escrevesse a mão, sua mensagem seria tão longa?

Creio eu que não. Este é um bom exercício a se fazer: escreva o e-mail todo a mão antes de redigi-lo no computador.
Quando digitamos, por ser um processo mais ágil e confortável, tendemos a negligenciar o tamanho da mensagem, algo que não acontece com a escrita a punho, por quanto recomendo fortemente este exercício.

Nunca utilize frases e orações em caixa alta

Isto pode significar que você esta sendo indelicado e impaciente. Educação e cordialidade são dois requisitos de qualquer E-mail para empresas. Certifique-se de que o "Caps lock" esta desativado antes de começar a redigir um e-mail empresa. (na escrita cursiva, à mão, dá impressão que se está GRITANDO!)

Recursos gráficos

Se for indispensável, utilize uma no corpo do e-mail. Se houver  mais de um gráfico, faça uso dos arquivos anexos.

O mesmo vale para emoticons, nunca, mas nunca mesmo, utilize um smile em um e-mail profissional.

Os vídeos também deve seguir em anexo. Caso exista uma versão disponível no Youtube, faça uma linkagem.

Cuidado com os erros ortográficos

Quando você redige um texto longo, com mais de 200 palavras, é compreensível que exista algum errinho de português, afinal, não somos professores de letras e corrigir uma grande lauda não é tarefa fácil.

Mas não há desculpas para um micro-texto de cinquenta palavras como um e-mail comercial. Erratas gritantes no uso da vírgula ou acentuação podem tirar toda a credibilidade do seu e-mail e ainda ridicularizar sua imagem profissional.
  • Vírgulas: O pior de todos os erros está na falta ou excesso de vírgulas. Palavras escritas de forma errada podem até passar em branco, mas um texto mal "virgulado" pode acabar com a mensagem que você quer transmitir.
  • Ortografia e Acentuação das palavras: Como eu disse, você não é professor de português e é perfeitamente possível que errinhos como escrever "idéia" ( que não têm mais acento) ocorram. Uma dica é utilizar editores de texto que possuam funções nativas de corretores ortográficos como o Microsoft Word ou o BR Office.
  • Por que, Por quê, Porque ou Porquê? O uso correto do "porque" é um dos temas mais tortuosos da gramática portuguesa. Confesso que quando escrevo aqui no Empreendeblog, vivo cometendo alguns deslizes neste sentido. Para lhe ajudar, indico este ótimo link com informações que lhe serão muito úteis. →Uso correto dos porque's

Como terminar o e-mail

Não existe uma fórmula para terminar um e-mail. É importante que você faça uso da cordialidade. Agradeça e utilize termos formais como atenciosamente", "cordialmente", etc.

Lembre-se sempre de usar sua assinatura. Nome, e-mail, empresa, cargo e telefone para contato são fundamentais. Se você quiser, também pode acrescentar um link para seu perfil no Linkedin.

Leia o texto novamente

Certifique-se de que todas as lições aprendidas nos tópicos anteriores foram aplicadas. Leia seu texto em voz alta para captar erros de concordância e pontuação.

Confira a lista de destinatários

Poucas sensações são tão amargas quanto perceber que enviou um e-mail para a lista errada. Certifique-se de que os destinatários estão corretos. Olhe uma, duas, três vezes, mas tenha certeza de que não está enviando a mensagem para uma pessoa errada.

Concluindo…

É preciso saber se comunicar. O E-mail faz parte desta gleba de diferentes maneiras transmitir uma mensagem e por mais que pareça algo simples e corriqueiro, redigir e enviar um e-mail profissional não é algo tão fácil.

Neste artigo, você aprendeu algumas dicas para redigir um e-mail profissional com eficiência.

Ficamos por aqui e até já!
Que tal deixar um comentário? Você têm alguma crítica? Sugestão? Quer complementar este artigo de alguma maneira ou simplesmente expressar sua opinião sobre o assunto? 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Webempreendedorismo: novo modelo de negócios

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26 de outubro de 2012, às 21h25min

Criar um negócio na era digital é sentir-se inserido em um novo mundo, no qual você é o que você compartilha

O momento econômico pede o empreendedorismo. O mundo pede a inovação. Sai a classe média de carteira assinada e entram os revolucionários empreendedores. Criar um negócio na era digital é sentir-se inserido em um novo mundo, no qual você é o que você compartilha. O conceito de modernidade foi cunhado no século passado, mas acabou a era do ter. Esta é a era do ser.
Vivemos o tempo da "dissonância cognitiva", ou seja, ninguém sabe as regras, ninguém foi ensinado. Por que não empreender? Por que não experimentar? Ouse, arrisque, experimente. Muitos erros acontecerão, erraremos mais e mais. Será empírico, mas aprenderemos como fizeram tantos "gênios digitais". A pergunta é como aprendemos com o erro das gigantes e dos profissionais que venceram? O que de bom eles fizeram para conter a ira das pessoas? Temos muito a aprender, e que bom que não existe receita de bolo. E que bom que há gente saindo para se molhar na chuva.


Empreender é o melhor remédio para a depressão e para o vazio existencial. Vivemos uma abertura sem precedentes para novas ideias, novas abordagens e novos negócios. Lá vem você com a pergunta simplista: "E onde arranjo tempo?". Sim, o tempo linear acabou. Esqueça o relógio e foque nas ações e no objetivo final. Sei que você tem dúvidas e medos: "E a bolsa de estudos que eu ganhei da empresa?"; "E a prestação do carro?". Então, faça como milhares de pessoas: separe duas horas por dia, sacrifique um pouco seu lazer e seu tempo diante da televisão e vá empreender na era digital.

Imagem: Shutterstock

Um grande amigo escreveu em seu blog uma vez que os concorrentes no mundo do empreendedorismo digital são os programas de trainees, os donos de bares e os vendedores de drogas. São eles que tiram os corações e as mentes de jovens que poderiam criar novas empresas.

É hora de reagir. Não tenha medo de demitir da sua vida os chefes que gritam e de renunciar aos trabalhos chatos. Olhe à sua volta e perceba o olhar dos empreendedores. Repare nas perguntas questionadoras e inventivas dos curiosos. Os novos poetas do "mundo.com" estão deixando uma marca digital, quebrando o silêncio e começando uma revolução.

São milhares de empreendedores em todo o Brasil, inquietos, que trocam empregos pelo sonho de fazer seu negócio. São executivos que trabalham à noite e na madrugada para montar a própria empresa. Essa revolução não usa armas, mas mentes inventivas. Um Brasil inventivo já nasceu. Já existe um Brasil empreendedor, digital, vanguardista e ético. Pessoas estão criando novos negócios e novas formas de pensar na economia criativa e no webempreendedorismo. Precisamos valorizar o que nosso país tem de bom, principalmente as boas ideias.
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/webempreendedorismo-novo-modelo-de-negocios/66823/

sábado, 27 de outubro de 2012

10 atitudes empreendedoras de sucesso

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22 de outubro de 2012, às 10h58min

Esse artigo diz respeito às atitudes empreendedoras que aumentam as chances de sucesso nos negócios

Uma boa parte do meu trabalho é dedicada para pesquisar e entender o mundo dos negócios sob dois pontos de vista muito diferentes: o dos empregados e o dos empregadores.

Dessa forma, posso afirmar que as razões que distinguem os profissionais bem-sucedidos dos empresários bem-sucedidos são convergentes e possuem motivações semelhantes.
Na prática, para ter sucesso em ambos os lados é necessário disciplina, otimismo, persistência, fé, determinação, planejamento, estratégia, sentido de realização e uma vontade inabalável de prosperar.

Simples, porém, na prática, ainda que alguém domine todas essas competências, o sucesso não está garantido. O encontro entre talento, preparação e oportunidade precisa ser provocado com frequência.

Veja o exemplo de Thomas Watson Sr. Em 1924, a Computing Tabulating Recording Company (CTR) era somente uma das 100 empresas de médio porte tentando sobreviver nos Estados Unidos, segundo James Collins e Jerry Porras, autores do best seller Feitas para Durar.

alt Imagem: Shutterstock
A CTR comercializava basicamente relógios de ponto e balanças, tinha apenas 52 vendedores com uma cota mensal de vendas a cumprir e um futuro nada promissor, a exemplo de muitas empresas de hoje.

Certo dia, quando Watson Sr. chegou em casa, deu um abraço na esposa e anunciou com orgulho que a CTR mudaria de nome e passaria a ser conhecida pelo grandioso nome de International Business Machines, seu filho Thomas Watson Jr. permaneceu parado na porta da sala, pensando: aquela empresa pequenininha?

Hoje não existe nada de estranho no nome International Business Machines, mas, na época soava até ridículo. De acordo com Michael Gerber, autor de O mito do empreendedor, as perguntas a seguir foram utilizadas por Watson Sr. antes mesmo de a IBM se tornar uma empresa de sucesso:

  • - Existe uma visão bem clara de como será a empresa quando ela estiver pronta?
  • - Como a empresa precisa agir para se tornar uma empresa de sucesso?
  • - Se a empresa sabe como agir desde o princípio para alcançar a visão de futuro, então por que não começa imediatamente?
 Com base no exemplo mencionado e em outros milhares de empreendedores que, a despeito de todas as dificuldades, prosperaram, compartilho aqui algumas atitudes empreendedoras essenciais para a construção de um negócio bem-sucedido.
Para quem já teve a oportunidade de ler o meu livro Manual do Empreendedor (Editora Atlas), esse conjunto de atitudes, desenvolvido a partir dos estudos de Jeffrey Timmons, pesquisador do empreendedorismo, foi denominado de A Receita do Sucesso nos Negócios. Vejamos:

1 - Desenvolva uma estratégia convincente e clara.
2 - Comunique a essência da visão e da missão; não perca o principal objetivo de vista; mantenha o foco.
3 - Crie um diferencial nos seus produtos e serviços; é a sua vantagem competitiva.
4 - Não há segredos; somente o trabalho duro dará resultados.
5 - Nada é mais importante do que um fluxo de caixa positivo.
6 - Se você ensina uma pessoa a trabalhar para outras, você a alimenta por um ano; se você a estimula a ser empreendedor, você a alimenta, e a muitas outras, durante toda a vida.
7 - Um negócio bem-sucedido, antes de ser técnico ou financeiro, é fundamentalmente um processo humano; as pessoas são importantes.
8 - Realizar com o sentido de contribuir é mais importante do que ganhar dinheiro.
9 - A sorte favorece os que são persistentes; enquanto a sorte não vem, continue caminhando.
10 - A felicidade é um fluxo de caixa positivo.
Em qualquer negócio de sucesso, atitudes empreendedoras são determinantes. Não basta ser um excelente técnico nem um profundo conhecedor do assunto. Se isso fosse suficiente, nenhuma empresa quebraria.
Pense nisso, empreenda e seja feliz.
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/10-atitudes-empreendedoras-de-sucesso/66713/

Professor deve usar rede social como aliada

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Postado por talita em outubro 26, 2012 às 10:38 am em Ciência e Tecnologia 

Quando o assunto são redes sociais dentro da escola, muita gente torce o nariz e garante que os professores são pouco hábeis nelas, não sabem usá-las e ainda são os principais dificultadores para inseri-las nos aprendizado em sala de aula e em casa. Na contramão deste cenário, há quem defenda essas ferramentas não como inimigas, mas como aliadas dos educadores. É o caso de Américo Amorim, cofundador do Daccord, empresa especializada em plataformas de ensino, que falou sobre o uso das redes sociais educacionais durante Série de Diálogos o Futuro se Aprende sobre Tecnologias na Educação, promovida pelo Porvir e pela Fundação Telefônica.

ed32 Professor deve usar rede social como aliada [1]
Amorim defende que o uso de redes sociais educacionais permite que o professor amplifique – e muito – suas possibilidades de ações pedagógicas. Afinal, em apenas um lugar, ele pode compartilhar documentos, fotos, mapas ou trocar mensagens com alunos e outros profissionais. Pode ainda criar comunidades para discussões temáticas, aplicar de testes e provas, propor quizzes e publicar agenda de atividades. Ainda de acordo com Amorim, o uso dessas ferramentas ajuda a manter os aluno em um ambiente propício, sem nada que não seja extraclasse ou extra-aprendizagem. “O poder de controle do professor é uma das grandes vantagens do uso das redes sociais na educação ao permitir que alunos se reúnam em um ambiente seguro, além de garantir a intercâmbio de experiências e de práticas pedagógicas entre os professores”, avalia.

Um dos exemplos de redes sociais existentes e mencionados por Amorim é a Edmodo, que neste ano chegou a 12 milhões de usuários. A plataforma, repleta dessas funcionalidades, permite que os professores acompanhem a frequência e o desempenho dos alunos. Outra rede social com os mesmos semelhantes é a americana Teamie, disponível em inglês. Há também a brasileira Tria, com foco no ensino médio, que tem 10 mil usuários por mês trocam informações e conteúdos.

A Turma do Som é mais um exemplo de rede social, mas esta foi criada pelo próprio Amorim. A plataforma, que possui 25 jogos, foi desenvolvida para ajudar a incentivar estudantes a aprenderem música em sala de aula. A ferramenta está sendo usada em cinco escolas em Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais. Nela, os professores ajudam os alunos no aprendizado dos fundamentos da teoria musical a partir de aulas separadas por quatro blocos temáticos: som (timbre), altura, tempo e estrutura. Os conteúdos são trabalhados por vídeos animados, com personagens no estilo dos desenhos japoneses e depois em jogos.

Amorim explica que decidiu criar a plataforma devido à lei instituída em 2008 que determina 2012 como o ano-limite para que todas as escolas públicas e privadas do país adaptem seus currículos para oferecer conteúdos de educação musical no ensino básico. Com ela, além de dar suporte ao ensino e ajudar nesse momento de transição, o software também ajuda os professores a se capacitarem.

O desafio do uso
Segundo levantamento feito no ano passado pela Cetic.Br e citado por Amorim no evento, 95% dos professores usam a internet para pesquisas e 91% para enviar e-mails. Já 70% deles não apresentam dificuldade para acessar redes sociais. Apesar do uso da web a caminho da universalização, ressalta Amorim, o desafio é fazer com que os professores realmente se apropriem dessas ferramentas. Um exemplo claro disso é que 95% dos educadores disseram não usar tecnologias para avaliar tarefas de casa. Para Amorim, as redes sociais deveriam ser aliadas do professor para otimizar os processos educativos fora da escola – como nos trabalhos de casa, por exemplo.

Ainda de acordo com o estudo da Cetic.Br, 86% dos professores não usam recursos tecnológicos no apoio individual, o que impede um ensino personalizado dos alunos “que estão fora da curva”. Enquanto isso, 73% disseram não usar jogos educativos ou para trabalhos em grupo.

* Publicado originalmente no site Porvir [2].

Artigo impresso de Envolverde: http://envolverde.com.br
Endereço do artigo: http://envolverde.com.br/educacao/ciencia-tecnologia/professor-deve-usar-rede-social-como-aliada/
Endereços neste artigo:
[1] Imagem: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2012/10/ed32.jpg
[2] Porvir: http://porvir.org/porpensar/professor-deve-usar-rede-social-como-aliada/20121025

Administrador de 24 anos lança startup que ajuda outras startups

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24 de outubro de 2012, às 19h45min

Criado pelo brasileiro Anthony Eigier e mais dois sócios, projeto chamado Tree Labs funciona como uma aceleradora para desenvolver novos empreendimentos

Por Fábio Bandeira de Mello, Administradores.com
Existe uma grande tendência atual sobre a criação de startups. Jovens se unem com grandes ideias e tentam criar produtos e serviços inovadores para apresentar a determinado público-alvo. No entanto, muitas dessas novas empresas esbarram nas dificuldades naturais da criação e manutenção de um negócio. Falta de investimento e planejamento são grandes vilões que assombram esse tipo de empreendimento.
Com 24 anos e formação em Administração pela Northwestern University, Anthony Eigier é um desses jovens que também decidiu abrir uma startup. Porém, o seu projeto tem um dado curioso: o objetivo é, justamente, fazer com que outras startups deem certo e superem essa barreira inicial de abertura.

Junto com mais dois sócios - Cesar Mufarej e Rogério Silberberg – Anthony criou a Tree Labs. Uma aceleradora com o intuito de transformar novas ideias e oportunidades de negócios em empreendimentos de potencial. Uma vez aprovadas, as empresas escolhidas recebem acesso a uma série de benefícios, além de um capital inicial de R$ 11 mil. O conceito, que ainda é recente no Brasil, estará formando sua primeira turma no final desse ano em São Paulo.
O Administradores.com conversou com Anthony Eigier para entender um pouco mais sobre como funciona esse projeto e as potencialidades das startups no mercado brasileiro.
Foto: divulgação

Explique um pouco melhor a Tree Labs: ela realmente é uma startup que ajuda outras startups?

Exatamente. O que nossa startup faz é ajudar empresas digitais nos primeiros meses de vida da empresa. É dar suporte e basicamente, tudo o que elas precisam para conseguir se desenvolver. Por exemplo, todas as empresas trabalham no mesmo escritório. Todas elas recebem contato, advogado e designer de graça. Recebem servidores, software e vários serviços agregados para uma startup avançar.

Ela funciona, então, como se fosse uma espécie de incubadora?

A gente na verdade se considera uma aceleradora. Existem algumas diferenças entre os dois conceitos. Uma aceleradora, por exemplo, é aquela que cria um programa de tempo já pré-determinado com suporte em vários níveis desde o acesso a mentores e investidores.
Uma característica comum é que as aceleradoras acabam focando mais em empresas digitais pelo know-how das pessoas envolvidas. Além disso, por ser um curto período de tempo, faz mais sentido trabalhar com empresas que tenham agilidade e flexibilidade nesses quatro, seis meses de duração. Enquanto nas incubadoras, as empresas passam anos fazendo estudo de laboratório. Então acabam sendo perfis diferentes.

Como surgiu a ideia do Tree Labs? Quando foi lançada?

Oficialmente a gente lançou o Tree Labs em março desse ano. No entanto, começamos a estruturar a empresa em setembro de 2011. Surgiu de uma oportunidade minha e do meu sócio César de investir em uma empresa digital. No entanto, percebemos que faltava muita estrutura, ela tinha dificuldade de ter um crescimento sustentável e, conversando com muitas pessoas, percebemos que isso era um panorama geral de muitos novos empreendimentos. Então percebemos que de vez arrumar e estruturar uma empresa, podíamos transformar isso em nosso negócio.
Então surgiu a ideia de preencher essa lacuna: o de alto nível de empreendedorismo do Brasil com o nível de suporte e acesso a capital que existe. A ideia é melhor isso, fazer com que empresas nasçam de um jeito mais organizado, saibam ser fiscalmente inteligentes e realmente cresçam para ser competitivas em nível global.

Você falou que geralmente buscam empresas digitais. Mas, qual exatamente o perfil que procuram?

O perfil exato que procuramos é uma equipe de execução ótima, que tenha capacidade de estar sempre aprendendo, sempre melhorando e apresentando mais.

A gente não limita pelo tema da empresa e sim pela equipe. A equipe conseguir demonstrar que tem a capacidade de executar o que está prometendo e buscar sempre a melhora é o mais importante. O tema não tem muito o que focar.

Vocês estão trabalhando no momento com cinco startups: Agendor, Assiname, ClickArq, Logovia e Recruto. Como vem sendo esse trabalho de consultoria com as empresas? Quais são expectativas?

As expectativas têm sido extremamente superadas. Estamos chegando próximo do final do primeiro programa e todas as empresas estão em um ritmo forte, o que para nós é maravilhoso. Historicamente, se pegarmos outras aceleradoras no mundo, muitas empresas não chegam até o final do programa. O interessante é que todas aqui estão saudáveis e chegarão até o final com grandes chances de captar recursos.

Ao final do programa, qual é o processo? Elas se apresentam a um grupo de investidores?

Sim. Após a formatura do programa, as empresas se apresentam a um grupo enorme de investidores, sejam eles investidores-anjos, investidores de mercado e até executivos que tenham interesse para suas empresas por sinergias estratégicas. Mas ao longo do programa inteiro, desde a primeira semana, ele já estão em contato com os investidores. Nós acreditamos ser importante eles já ficarem familiarizados com isso.

Ninguém investe porque gostou na hora e compra. É como se fosse um namoro. Então há sempre confraternizações informais para eles conhecerem as empresas, baterem um papo e, se algum deles gostou de uma empresa, marcamos uma 2ª reunião, uma 3ª reunião.

O mercado de startups no Brasil e, consequentemente, o número de empreendedores tem crescido significativamente. A que motivo você credita esse crescimento?

Tem várias coisas que tem ajudado esse crescimento. Cases de sucessos é um deles. Você vê, por exemplo, o Facebook fazendo IPO a bilhões e empresas da noite do dia se tornando grande... isso anima um pouco o espírito das pessoas. Existe também outro fator que é onde está a expectativa das pessoas. Há 10 anos, a expectativa de muitas que desejam ter uma carreira de ascensão rápida iam automaticamente para o setor financeiro. Só que o glamour do mundo financeiro caiu muito após a crise e as pessoas começaram a procurar outros caminhos. O mundo digital é um deles.

Trabalhando com tantas startups ao mesmo tempo, quais características você vê como fundamentais para os empreendedores obterem sucesso?

A característica fundamental, podemos dizer que é um conceito americano chamado "scrapness". É um conceito do cara se virar e conseguir resolver um problema. Por que a vida do empreendedor é acordar com muros a sua frente e dar com a cara nele o dia inteiro. Então, tem que ser uma pessoa que deve entender que vai dar essas cabeçadas, mas que deve procurar uma alternativa de passar por ele – que não vai desistir. Nunca diga não. Tem que estar sempre disposto a aceitar o desafio.

Você tem apenas 24 anos e já mostra uma capacidade bem interessante de visar negócios. A pouca idade ajudou ou prejudicou em algum momento ao lançar esse negócio?

Normalmente tem ajudado. A gente não está aqui como o cara que sabe tudo, conhece tudo e resolve tudo. Como foi dito bem no início, nós somos uma startup que ajuda outras startups. E o fato de ser jovem, consegue transmitir esse conceito. Ninguém vê a gente como chefe. Eles sabem que se alguém tiver alguma dúvida, colocam na mesa para e vamos sentar todos juntos para discutir. Colocar mais cabeças inteligentes para tentar resolver um problema.

Você estudou na Northwestern University, em Chicago, e teve a possibilidade de se formar em mais de um curso ao mesmo tempo, sendo um deles Administração. Que lições desse último curso você vem colocando em prática no dia a dia do seu trabalho?

Ter aulas diretas sobre empreendedorismo ajuda extremamente no dia a dia do negócio. Isso é uma coisa interessante. Por que a maiorias dos cursos em instituições de ensino americano dão aulas de como abrir um negócio, como entender as finanças, coisas que são sempre muito voltadas ao empreendedorismo. Enquanto as universidades do Brasil, ainda estão tentando enquadrar isso por aqui. Ter aulas voltadas para o empreendedorismo no Brasil seria muito importante para desenvolver essa bagagem nos profissionais formados no país. 
http://www.administradores.com.br/informe-se/entrevistas/negocios-economia/administrador-de-24-anos-lanca-startup-que-ajuda-outras-startups/100/

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Compreendendo as culturas organizacionais

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15 de outubro de 2012, às 19h25min

Artigo tem como objetivo mostrar a relação entre cultura no sentido antropológico (mais amplo dentro da sociedade) e as culturas que são formadas nas organizações, bem comoa importância da sua compreensão para uma gestão eficiente.

Por Renato Ladeia

A cultura, no sentido mais amplo, é entendida como um sistema de crenças, valores, padrão cultura, folclore, sistemas de relacionamento, casamento, parentesco, modos de organizar e produzir bens, enfim, todas as atividades humanas. A cultura é incutida nos membros de uma comunidade por processos educativos exercidos pela família, a própria comunidade, religião, organizações, utilizando controles através de recompensa ou de punição. Para o antropólogo francês, Edgard Morin, o sistema cultural, assegura a autoperpetuação da complexidade de uma sociedade, isto é, sua autoprodução ou auto-reorganização permanente. Esta autoprodução permanente determina, em especial, a reprodução, mais ou menos parcial, do sistema cultural em cada indivíduo. Ela é quase um código-cultural, ou seja, uma espécie de equivalente sociológico daquilo que o código genético é para os seres vivos. Esse código cultural mantém a integridade e a identidade do sistema social, assegura sua autoperpetuação, protegendo-o da incerteza e da desordem.

A cultura exerce influência marcante na conduta da organização, visto que as pessoas agem de acordo com as concepções e percepções que têm da realidade, que é relativa e existe em função das imagens que as pessoas constroem a seu respeito. As pessoas têm as suas formas de pensar condicionadas pelos seus paradigmas e pela influência da cultura na qual nascem e vivem. Assim, cada organização tem sua própria cultura e sua ótica própria de encarar os problemas e aspectos positivos nelas existentes.

Um exemplo sempre reiterado pelos estudiosos da cultura organizacional japonesa é porque os japoneses conseguem a adesão dos empregados aos objetivos organizacionais de forma disciplinada, participativa e solidária? A explicação para este fenômeno pode estar nas antigas formas de organizar a produção de arroz nas escassas terras férteis e sob um clima extremamente limitativo. As pessoas precisavam de um forte sentimento de coesão e solidariedade para sobreviver, pois tanto o plantio, como as colheitas precisavam ser realizados com o envolvimento de toda a comunidade. O sistema de plantio de arroz aliado ao sistema feudal de organização social e econômica em que são estabelecidas relações de interdependência entre os membros de cada feudo, com o respectivo chefe do clã, pode explicar boa parte da cultura organizacional japonesa.

A cultura brasileira, por sua vez, foi construída a partir de um sistema colonial aristocrático, oligárquico, patriarcal e escravista. Assim a base da formação da nossa cultura tem um impacto significativo nas culturas organizacionais, determinando formas estruturais que refletem esse modelo. Os valores oriundos da nossa formação social, portanto, refletem de forma explícita ou invisível nas culturas das organizações, sejam elas nacionais ou multinacionais. Dessa forma, em razão dessas características culturais, as estruturas organizacionais brasileiras tendem a ser mais centralizadas, autocráticas e paternalistas, dificultando o envolvimento das pessoas nos processos de mudança.

Além desses aspectos, outros autores adicionam novos componentes à cultura organizacional brasileira oriunda dos mitos formados pelos arquétipos existentes em todas as sociedades. Os arquétipos são padrões mentais estabelecidos de forma universal que influenciam a cultura de cada povo. Um exemplo de arquétipo é o mito do paraíso, que representa uma tentativa de retorno a um lugar mítico, onde há pureza nas relações, ausência do pecado e da necessidade de trabalhar para viver. Esse arquétipo é rsimbolizado pelas organizações perfeitas, harmônicas, onde o trabalho é prazeroso e sem riscos. Outro arquétipo é representado pelo mito messiânico que tem sua origem no judaísmo, em que se espera pelo messias que trará a salvação para todos. Esse arquétipo tem relação com o mito do herói organizacional, capaz de ações "mágicas" que podem levar a organização para imortalidade e sucesso infinito.

O herói brasileiro, para Fernando Motta[1], é apresentado com três características principais: o malandro, da ordem e o renunciador. O malandro, representado por Macunaíma, um herói sem nenhum caráter, personagem criado pelo escritor Mário de Andrade, é reforçado pelo valor da esperteza, capacidade de enganar as pessoas, mas também inofensivo, pois é ao mesmo tempo sedutor, alegre e incapaz de fazer "mal" a alguém. O herói da ordem, representado pelo Duque de Caxias, herói militar no período imperial, representa o indivíduo cioso de suas responsabilidades, valores morais, senso do dever etc. Esse herói é criticado pelo seu excesso de honestidade e senso do dever. O herói renunciador é aquele capaz de abrir mão de tudo em busca dos seus ideais de mudança social e política. Como não consegue morre, mas não entrega os pontos. "Morre um liberal, mas não morre a liberdade" (Libero Badaró). Seus principais mentores são: Tiradentes, Antonio Conselheiro (Canudos), Getúlio Vargas, Lampião etc.

Esses mitos de heroísmo estão fortemente presentes na cultura brasileira e se manifestam também nas organizações. É comum ouvir-se entre os funcionários, uma crítica velada ao "Caxias", representado por indivíduos rígidos com relação às suas responsabilidades. Entretanto, o Caxias é também respeitado pela maioria pelo seu senso de dever. Ao mesmo tempo, o herói malandro é tolerado pelos seus pares e também valorizado pela sua sagacidade. Esse herói consegue tudo o que quer, enganando o chefe sem que esse perceba, através da sedução pessoal, capacidade de manipular pessoas e deveres. Já o herói renunciador aparece nas organizações como o sujeito que enfrenta o sistema político da organização de forma ingênua e acaba sendo "morto" (demitido) mas sai com honra e prestígio entre os seus colegas.

Outro aspecto relevante, são os ritos, que se configuram como uma categoria analítica para desvendar a cultura das organizações. Os ritos são elementos planejados de atividades que combinam várias formas de expressão cultural, que se manifestam através de metáforas, gestos, linguagem formalidades etc. Os ritos são importantes  para solidificar as culturas organizacionais, estabelecer a perenidade de valores e outros aspectos importantes da identidade de uma empresa e o seu reconhecimento pelos empregados e pela comunidade em que está estabelecida.

Outros elementos são relevantes na formação das culturas organizações, além da região ou país de origem, como o papel dos fundadores que vvão impor as suas crenças e valores, mesmo depois que deixam as empresa que criaram. A tecnologia utilizada, o tipo tipo de produto são também  significativos na construção da cultura organizacional. 

Compreender e valorizar a cultura organizacional são condições fundamentais para a sobrevivência das organizações em qualquer ambiente, pois ela sedimenta os valores dos seus fundadores, criando uma identidade própria, gerando entre os colaboradores e clientes um sentimento de pertencimento, fundamental para o sucesso e a perenidade.

[1] Fernando Prestes Motta: Heróis Sagrados, Heróis Profanos. In Novas Perspectivas na Administração de Empresas. São Paulo: Iglu,2000.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CONFLITOS DE PODER ENTRE PROFESSOR E ALUNOS

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O artigo abaixo trata de um assunto que merece atenção. Pois o que está em jogo aqui é o perfil do profissional que deverá egressar da insituição. No caso, a qualidade de alunos agora, profissionais amanhã.
CONFLITOS DE PODER ENTRE PROFESSOR E ALUNOS



Um processo pode ser entendido como um conjunto de partes sequenciais e interdependentes, organizadas para produzir um determinado resultado. Depreende-se deste entendimento que a aprendizagem é, também, um processo no qual professor e aluno são partes vitais e o produto final é a formação da competência humana. Das relações, em sala de aula, entre aluno e professor podem advir várias dificuldades, entre as quais aquelas oriundas das relações de poder entre ambos. É neste contexto que sugerimos algumas estratégias para que estes conflitos de poder sejam minimizados.


Quando em sala de aula, o professor é dotado de liberdade tal que o tem levado, na maioria das vezes, a adotar uma postura ditatorial perante os alunos. Essa postura instrucionista tem encontrado amparo no fato de que o professor, na sala de aula, tem autonomia para determinar ações, selecionar o conteúdo e a metodologia de ensino, controlar o tempo, enfim, impor aos alunos aquilo que ele acha que é o correto e da maneira que ele quer.


Tal postura tem acarretado bastantes desvios no processo de aprendizagem, tirando dos alunos a motivação para participar das aulas, e, sobretudo, impossibilitando-lhes a formação da competência humana, traduzida no saber pensar, no aprender a aprender e na construção e reconstrução do conhecimento.


Considerando que o processo de aprendizagem deve ter como parceiros a incerteza e a dúvida, – logo, o professor não é o dono da verdade -, e que os alunos, ao lidarem com o conhecimento, devem assumir uma atitude inquieta, curiosa e questionadora, traçaremos algumas estratégias que minimizarão o conflito de poder entre o professor e o aluno, criando um ambiente propício à formação de cidadãos capazes de pensar, de aprender a aprender e de criar a própria história, individual e coletiva.


Para o sucesso das estratégias sugeridas, o professor precisa se despir de suas vestes ditatoriais e adotar um verdadeiro compromisso com a educação, enxergando o aluno como ponto de partida e de chegada, e o conhecimento como um instrumento de trabalho a ser manejado em conjunto com os alunos.


Neste cenário, o professor passará a ter funções de facilitador e de orientador no processo de construção e reconstrução do conhecimento. Superada esta fase, sugerimos três estratégias para a minimização dos conflitos de poder entre o professor e o aluno:

A primeira estratégia diz respeito à substituição da rigidez pela maleabilidade. A rigidez pode ser entendida como a adoção de práticas formais, a imposição de conteúdos cristalizados, o culto à “sabedoria” do professor e outras práticas inibidoras da criatividade e da inovação.


Já a maleabilidade possibilita uma maior interação com os alunos, faz-nos aceitar o erro como condição normal no processo de aprendizagem, permitindo-nos enxergar que não somos os donos da verdade. Dentro desta estratégia, devem ser propostos problemas como pontos de partida para as discussões. Tais problemas deverão propiciar o saber pensar, provocar a necessidade de busca da informação, com ênfase na manipulação (construção / reconstrução) do conhecimento.


Como segunda estratégia sugerimos a substituição do fechamento pela abertura. Um professor que, na sala de aula, considera-se um artista no palco,– só ele fala -, e que acha que seus alunos são meros ouvintes, torna-se tedioso e causa desmotivação. É como se vomitasse palavras que embrulham o estômago dos ouvintes.


O fechamento do professor em seu mundo causa uma barreira gigantesca entre ele e os seus alunos, impossibilitando-lhes a interação e a manipulação do conhecimento. Para a abertura, sugerimos a criação de condições que viabilizem posicionamentos críticos e possibilitem análises, questionamentos e a desconstrução da realidade (criatividade e inovação). Para que tal abertura seja implementada é imperioso que entendamos que o conhecimento é algo dinâmico, mutável, provisório e, portanto, passível de transformação em novos conhecimentos.


A terceira estratégia trata da substituição do olhar único pelo olhar plural. O olhar único do professor enxerga apenas a si mesmo, com seus conhecimentos cristalizados, suas mesmices e seu pretenso saber; é, portanto, um olhar míope. Já o olhar plural é bem mais abrangente.


Esse olhar faz com que o professor veja-se como alguém que tem uma maior experiência no trilhar os caminhos do saber, porém, tendo a função de orientar e facilitar o processo de aprendizagem; esse olhar faz o professor enxergar em seus alunos as características individuais, as múltiplas inteligências e a maneira como estas aflorarão à medida que forem desafiados a pensar, a problematizar e a buscar respostas próprias com argumentos fundamentados; esse olhar possibilita ao professor o estar atento às mudanças da sociedade, garantindo a substituição de velhos por novos paradigmas no processo de aprendizagem.


Para o alcance do olhar plural sugerimos o compartilhamento das nossas ações com os alunos, o trabalho em equipe, as interações tendo como alvo a cooperação, a firmeza e clareza na expressão de nossas ideologias e convicções, porém, conscientes de que será necessário mudá-las com o tempo.


Sendo, portanto, o objetivo do processo de aprendizagem a formação da competência humana, é de vital importância que os conflitos de poder entre professor e aluno sejam minimizados ao máximo. Do contrário, a competência humana, – a ser materializada na formação de cidadãos capazes de pensar, de aprender a aprender, de construir e reconstruir o conhecimento -, ficará comprometida.


Para que tal objetivo seja atingido, sugerimos como estratégias a substituição da rigidez pela maleabilidade; do fechamento, pela abertura; e do olhar único, pelo olhar plural. Da implementação das diversas ações propostas por tais estratégias obteremos o produto final do processo de aprendizagem:


A formação de cidadãos capazes de fazerem sua própria leitura da realidade, interpretando-a e modificando-a rumo ao bem-estar universal.


* Oséas Felício de Lima é Bacharel em Administração de Empresas, com Pós-Graduação em Gestão Empresarial (MBA) pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, Instituição na qual também possui o Curso de Docência para o Exercício do Magistério Superior.


COMENTÁRIO:
Eu concordo com o autor em relação a existência desses conflitos, mas é importante, para o caso de uma IES que sejam considerados alguns pontos não tratados pelo mesmo sobre algumas dificuldades que, como professores, encontramos, e que, para isso, precisamos de uma consciência e muita colaboração dos alunos para que, juntos, possamos ultrapassar certas dificuldades e ainda assim obtermos êxito na colocação de, mais do que bons profissionais, pessoas melhores, que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida de todos.


A liberdade sobre o currículo que ele apregoa que não é tão livre assim, haja vista que as ementas, embora sejam uma orientação genérica, estabelecem um conteúdo mínimo que muitas vezes não cabe no tempo disponível e esse excesso de "conteudismo" é proveniente da cultura das etapas anteriores do ensino que acostumaram os alunos, desde o ensino fundamental e médio, a receber este conhecimento como um "prato feito", não os preparando para resolver problemas, mas memorizar quantidades enormes de informação sem que sejam estimulados a pensar e refletir sobre quaisquer questões, estimulando uma participação passiva do mesmo durante as aulas. Não fazem pesquisas próprias, não procuram verificar outras concepções além do que está sendo apresentado pelo professor.

As avaliações, ao invés de procurar avaliar a absorção e aplicação dos conceitos, através da reflexão e transferência dos mesmos a situações diferentes, construindo raciocínios e visões,  previlegia a memorização dos conteúdos, através de um sistema de perguntas e respostas gabaritado, seja em testes de múltipla escolha, ou mesmo de questões diretas e respostas que podem ser encontradas diretamente nos conteúdos visitados. Quando procuramos colocar problemas que dependem de internalização desses conceitos e aplicação em situações diferentes, ou que dependem de uma leitura de mundo, os alunos ficam inseguros e não conseguem compreender o que se pede, querem "mais estruturação". A vida não é estruturada!!

As dificuldades que os alunos universitários carregam vem desde o pré-escolar. A falta de ensino de artes (música, artes plásticas, poesia, literatura, teatro, dança e outras), tão fundamentais para a criação de visões e interpretação do mundo sob diferentes formas de comunicação, desenvolvendo a emotividade e ludicidade na visão da vida, e mesmo de habilidades como a de controle motor fino, como proporcionado pela cerâmica, música ou pintura, criam dificuldades que vão desde a caligrafia, onde se vê essa carência de controle motor, até a falta de hábito de seguir instruções básicas sobre procedimentos; ou a leitura de textos, onde não conseguem compreender o que lêem devido à total falta de conhecimento sobre a função e uso de pontuação, ou da prosodia, que é fundamental na poesia. A inibição diante dos colegas, nas apresentações, que poderia ter sido resolvida em aulas de teatro na escola, o mesmo para o trabalho em equipe proporcionado pelo canto coral, ou mesmo o teatro, e por aí vai.

Além disso a falta de contato com as artes, sejam eruditas/históricas ou populares diminui o repertório emocional e informacional dos alunos sobre o desenvolvimento humano criando uma visão materialista e pragmática do conhecimento. Culturalmente pobres, sem acesso a leituras e livros, desinformadas sobre o que acontece ao seu redor e no mundo, não conseguem ver as conexões entre o que acontece lá fora e sua vida particular.

Acho que devemos mudar muito em nossa prática de ensino, especialmente nas IES, mas precisamos também que os alunos se conscientizem dessas dificuldades que trazem do sistema de ensino e se proponham a ultrapassá-las. E não podemos também esquecer que os professores, muitos deles, também vieram deste mesmo sistema de ensino, com as mesmas dificuldades e estão repassando aquilo que viveram em seus tempos de estudo.
Desculpem ter me prolongado, mas o assunto é importante.

Estrangeiros bem qualificados e em busca de emprego: você está pronto para concorrer com eles?

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15 de outubro de 2012, às 17h33min

Para atingir a alta performance é preciso reunir talento, prática deliberada, dedicação e disciplina

Por Eduardo Ferraz, Administradores.com
Cada vez mais profissionais estrangeiros, têm desembarcado no Brasil atraídos pela oferta de bons empregos e salários. Segundo o Ministério do Trabalho, o número de autorizações de trabalho subiu de 43 mil, em 2009, para 70 mil, em 2011 – em 1990 não passavam de 3.000 por ano. Desses novos imigrantes, mais da metade possui curso superior completo.

O que explica essa atratividade, além das crises econômicas que muitas dessas nações têm enfrentado são as perspectivas de crescimento de nosso país, mas, sem dúvida, é a enorme falta de mão de obra qualificada no Brasil o que faz com que as empresas ofereçam oportunidades excelentes capazes de atrair até quem está do outro lado do mundo. Entende-se por mão de obra qualificada, profissionais que tenham curso superior, pós-graduação, mas principalmente habilidades técnicas para trabalhar imediatamente. As dificuldades com o idioma acabam sendo secundárias.

Enquanto isso, os profissionais brasileiros também precisam estar atentos a esse momento positivo do mercado para surfar nessa onda de boas oportunidades, já que há uma enorme necessidade de melhorar a infraestrutura (portos, aeroportos, estradas, construção civil, exploração do pré-sal, etc.). Como vencer a concorrência estrangeira? A resposta é simples. Você precisa investir em seus pontos fortes, adquirir conhecimentos técnicos e obter a excelência em seu campo de atuação.
Para atingir a alta performance é preciso reunir talento, prática deliberada, dedicação e disciplina. Talento é uma aptidão natural para obter um desempenho melhor do que a maioria das pessoas. Prática deliberada é aquilo que se faz, especificamente, para aprimorar esse talento. Dedicação tem a ver com procura de treinamentos, o esforço consistente para aprender, e a disciplina para colocar o que foi aprendido na prática. Ser referência em qualquer área de atuação não costuma ser atividade animada e divertida. Trabalhar, estudar e se preparar 50% a mais do que a média das pessoas exige esforço, mas poupa muito tempo e é um atalho para o sucesso profissional.

No entanto, vale dizer que a prática deliberada não funciona em qualquer tarefa. Não adianta investir anos naquilo que a pessoa não gosta, ou não tenha aptidão. Esforço sem talento, ou talento sem esforço não geram resultados consistentes. Isso vale para qualquer atividade na qual se queira atingir resultados consistentemente acima da média. O profissional com talento e super treinado, sempre produz mais e não tem medo da competição nem de estrangeiros nem de outros brasileiros.
Eduardo Ferraz -
 Consultor em Gestão de Pessoas há 21 anos e especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental. Acumula mais de 30.000 horas de experiência prática em empresas de vários segmentos. É pós-graduado em Direção de Empresas pelo ISAD PUC-PR e especializado em Coordenação e Dinâmica de Grupos pela SBDG. Autor do livro "Vencer é ser você", da Editora Gente.

http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/estrangeiros-bem-qualificados-e-em-busca-de-emprego-voce-esta-pronto-para-concorrer-com-eles/63934/

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Networking exige alguns cuidados; tenha atenção e não coloque sua carreira em risco

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24/06/2011 - 09h50
Boa parte das contratações hoje em dia tem sido feita por meio de indicações. Embora o tema networking seja abordado em vários contextos diferentes, todos sabem que construir e manter uma rede de relacionamentos é a chave para encontrar o emprego dos sonhos e, por tabela, construir uma carreira bem-sucedida. Não lhe parece razoável, portanto, cuidar do assunto com um enfoque mais inteligente do que o desleixo com que a maioria das pessoas utiliza?

A premissa básica do networking é a de uma relação puramente profissional, não tem nada a ver com amizade. O velho e bom ditado que diz “amigos, amigos - negócios à parte” é verdadeiro na prática do networking, afinal de contas amigos do peito não cobram favores, enquanto integrantes da rede de contatos dependem disso.

Observa-se em alguns profissionais que esta troca de “gentilezas corporativas” está sendo mal interpretada. É importante ressaltar que a prática do networking obedece a regras gerais que não estão escritas em nenhum manual, mas que permeiam as entrelinhas deste jogo corporativo – a regra de não abusar da boa vontade das pessoas.

O despreparo e oportunismo arranham sua reputação perante o mercado. Sua reputação é seu ativo mais valioso, seja no campo profissional ou no pessoal, portanto, faça o networking de maneira ética e prudente.

Reputação é o conceito que os outros têm de você. Ela nasce com a primeira impressão e cresce à medida que as pessoas o conhecem melhor – se você é eficaz, se é sincero, se trabalha bem em equipe, e assim por diante. A confiabilidade é decorrente do seu comportamento: agir de maneira inconsciente ou imprevisível pode acabar com sua reputação.

Neste contexto, parece indispensável levar em consideração algumas situações que podem denegrir sua imagem perante o mercado:

Não cometa o mais comum dos erros, o de pedir algo já no primeiro contato. Coisas do tipo: "Sr. Pereira, eu sou amigo do Silva, que trabalhou com o senhor há 15 anos, lembra? Olha, fiquei sabendo de uma vaga aí na sua empresa e estou precisando de um favorzinho seu..."

É difícil telefonar para quem não conhecemos; por isso, às vezes é tentador usar pequenos subterfúgios para obter acesso. Tenha cuidado. Se você se aproximar de alguém por meios ilícitos, acabará sendo descoberto. Não corra este risco.

Só use o nome de outra pessoa se ela lhe der permissão para fazê-lo. É melhor pedir que faça uma apresentação por e-mail ou telefone. Mas não há problema em dizer algo como “Encontrei fulano numa feira de negócios e ele mencionou seu nome. Talvez ele não se lembre de mim, porque conheceu muita gente lá”.

Não tente fazer com que seu interlocutor acredite que a pessoa que ambos conhecem o recomenda. Se for o caso, uma carta ou e-mail de apresentação é o mais apropriado. Respeite os limites dos seus relacionamentos e nunca exagere sobre o grau de intimidade que você tem com uma pessoa.

A maioria das pessoas só se dedica a fazer networking quando precisa de alguma coisa – uma informação comercial, um financiamento para expandir o negócio, uma contribuição para uma instituição social e é claro, um emprego!

O networking pressupõe auxilio profissional, e não delivery express de vagas! Muitos profissionais mencionam a questão do emprego logo a princípio, o que faz com que a outra pessoa sinta-se cobrada e muitas vezes responsável por oferecer ou encontrar uma oportunidade.

No cotidiano estamos cercados de profissionais que somente quando ficam desempregados  acionam sua rede de contatos. Não é assim que se faz networking. O processo é cíclico: deve-se começar aos poucos, dar e receber, depois usar o próprio crescimento para expandir seus contatos à medida que for tendo sucesso.

Trate, portanto, de causar a melhor primeira impressão que puder, mostre que se importa com os outros e trabalhe para construir uma boa imagem. Assim, todo mundo vai querer entrar na sua rede.

Lembre-se: Fazer networking é construir relacionamentos antes de precisar deles. Quando surgir a necessidade, eles estarão lá, a postos, dispostos a ajudar. É ideal que da primeira até a última conversa do dia você esteja o tempo todo praticando e desenvolvendo continuamente suas habilidades como networker.

O fato é que, na vida, estamos todos no mesmo barco e tudo o que se consegue é com a ajuda das pessoas. É inteligente, portanto, se empenhar na construção de relacionamentos benéficos. Todo mundo tem uma boa razão para participar – networking se faz em casa, na família, no trabalho, na comunidade, em toda parte.

Se você está fazendo networking, continue. Se não está, comece imediatamente. Para receber, é preciso dar. A vida tem suas estações, assim como você! Tenha paciência, seja prudente e mantenha o foco na qualidade e não na quantidade de seus relacionamentos. Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar. Não espere elogios para começar a acreditar em você. Todos nascemos com o potencial para o sucesso. Basta agir com disciplina em direção à vitória.

É isso. O bom profissional faz a diferença e brilha não porque está sendo observado pelos outros, mas porque se observa o tempo todo. O networking estratégico nos prepara para os acasos felizes. Quanto mais nos sentirmos confiantes com a nossa boa imagem e reputação, maior será a nossa predisposição para encontros casuais e para a possibilidade de convertê-los em relacionamentos vantajosos.

A verdade é que no fim do dia nós caímos em três redes: inteligentes, não-inteligentes e más notícias. Em qual rede você escolhe cair?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um milhão de crianças fora da escola

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Postado por talita em outubro 10, 2012 às 10:35 am em Artigo | Nenhum comentário
s31 Um milhão de crianças fora da escola     [1]
Pesquisa alerta que o trabalho infantil é causa significativa do abandono escolar.

Os dados, divulgados pelo IBGE em fins de julho, são alarmantes: 3% do total de crianças brasileiras de 6 a 14 anos se encontram fora da escola, o que representa quase 1 milhão de excluídos dos bancos escolares.

Se incluirmos o contingente de 4 e 5 anos e de 15 a 17, o percentual aumenta para 8%, ou seja, 3,8 milhões de crianças e adolescentes.

O Amazonas é o estado que apresenta maior número de crianças de 6 a 14 anos fora da escola – 8,8%. Ali, as distâncias e as dificuldades de transporte pesam no índice. Já Santa Catarina aparece na pesquisa como o estado onde há maior inclusão escolar. Apenas 2,2% daquela faixa etária estão fora da escola.

Nenhum estado do país conseguiu, até hoje, incluir todas as crianças de 6 a 14 anos na escola. A pesquisa do IBGE revela ainda que, dessas crianças desescolarizadas, 62% já frequentaram a escola por algum tempo, mas abandonaram os estudos.

As razões da evasão escolar precoce são muitas. As mais frequentes, porém, são a falta de interesse (falha pedagógica dos educadores), repetência, gravidez precoce e o imperativo de ingressar no mercado de trabalho para ajudar a família.

A desescolaridade provoca na criança e no adolescente baixa autoestima, tornando-os vulneráveis a propostas ilusórias de enriquecimento e consumismo fáceis através do tráfico de drogas e outras práticas criminosas.

O programa “Todos pela educação”, do qual participo, estabelece 5 metas até 2022, data do bicentenário da independência do Brasil: 1) 98% das crianças e jovens entre 4 e 17 anos devem estar matriculados e frequentando a escola; 2) 100% das crianças deverão apresentar as habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª série ou 3º ano do ensino fundamental; 3) 70% ou mais dos alunos terão aprendido o que é essencial para a série que cursam; 4) 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deverão ter completado o ensino fundamental e 90% ou mais de 19 anos deverão ter completado o ensino médio; 5) O investimento público em educação básica deverá ser de 5% ou mais do PIB.

São metas elementares e, no entanto, essenciais para qualificar as gerações futuras e permitir ao nosso país acesso ao desenvolvimento sustentável com justiça social.
Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), no mundo 215 milhões de meninos e meninas trabalham para sobreviver ou complementar a renda de suas famílias. Dessas crianças, metade está exposta a condições degradantes de trabalho, como escravidão, servidão por dívidas, exploração sexual com fins comerciais e atuação em conflitos armados.

O governo brasileiro já desenvolve intensa campanha contra a exploração sexual de crianças e o trabalho infantil. No entanto, é preciso aprimorar o combate a toda forma de violência contra crianças, em especial no âmbito familiar. Há que considerar também como violência à infância a extrema pobreza e determinados conteúdos do ciberespaço, pelo qual atuam os pedófilos e disseminadores de pornografia.

* Frei Betto é escritor, autor de Alfabetto – Autobiografia Escolar (Ática), entre outros – http://www.freibetto.org [2] – twitter:@freibetto.

** Publicado originalmente no site Correio da Cidadania [3].

Artigo impresso de Envolverde: http://envolverde.com.br
Endereço do artigo: http://envolverde.com.br/sociedade/artigo-sociedade/um-milhao-de-criancas-fora-da-escola/

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Charles Chaplin no tempo do taylorismo-fordismo

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09 de outubro de 2012, às 11h31min

O filme Tempos Modernos do genial Charles Chaplin, realizado nos início dos anos 30 do século XX, foi uma contundente crítica ao sistema produtivo da época, alicerçado na visão taylorista-fordista com extrema divisão do trabalho

Rever Tempos Modernos de Charles Chaplin é sempre um aprendizado, uma nova experiência que é preciso viver. Desconheço se o genial cineasta havia lido "Os Princípios da Administração Científica" de Frederick Taylor, mas com certeza conhecia muito bem as linhas de produção da Ford, pelo menos pelo noticiário da imprensa. Sua percepção sobre as linhas de montagem, a produção seriada, a extrema divisão do trabalho que levava a um nível de especialização do trabalhador que o filósofo italiano Antonio Gramsci, com alguma razão, afirmou que o modelo estava transformando o trabalhador americano em burros amestrados. É evidente que a leitura daquela realidade através da arte cinematográfica tem os seus exageros, necessários para imprimir uma maior dramaticidade e comicidade ao filme, mas na sua essência, reflete o modo como se desenvolviam as relações o trabalho na época.

Através de elementos simbólicos, Chaplin vai construindo sua crítica profunda ao sistema. Inicialmente mostra um relógio, o símbolo do controle do tempo, o "time is Money", marcando o horário de entrada no trabalho que Weber chamou de prisão psíquica. O controle do tempo através das técnicas de "tempos e métodos" foi fundamental para o aumento da produtividade e redução de custos, numa época em que era preciso produzir em grande escala para atender a crescente demanda de mercado. Em seguida o filme mostra um bando de carneiros ou ovelhas caminhando ordeiros para o matadouro ou a tosquia. Nessa cena a crítica é ferina, ao apresentar os trabalhadores como autômatos, desprovidos de idéias, adestrados para atividades repetitivas. A visão da linha de produção, ainda que de forma simbólica, com o nosso herói apertando parafusos compulsivamente, sem saber para que fim, indica a alienação do operário, sem uma visão do objetivo do seu trabalho, que de tão fragmentado, perdia-se a noção de sua finalidade.

A cena em que é testada uma máquina construída para alimentar os trabalhadores segue na linha de crítica à tecnologia, utilizada para explorar ao máximo o tempo do trabalhador na linha de produção, aproveitando seus momentos de descanso, como o horário de almoço e a parada para o café. A cena é engraçada e absurda, mas representa a idéia da maximização da produtividade, hoje construída sob formas mais sutis. A prática de empresas modernas, de fornecerem aos seus funcionários um celular, pode representar a possibilidade de utilizar o tempo de descanso do trabalhador, pois estará sempre disponível para ser chamado ou consultado sobre problemas da organização. Outra forma moderna de utilização maximizada do tempo do trabalhador, é a Internet, permitindo que funcionários possam despachar, resolver problemas ou mesmo preparar relatórios e enviar à empresa enquanto está em casa ou no clube. Pode parecer descabida a utilização de uma máquina de alimentar, mas Chaplin parece ter tido uma premonição com relação ao uso da tecnologia para cooptação integral da força de trabalho.

Quando o nosso Carlitos vai ao sanitário para fumar um cigarro e dar uma relaxada, aparece a figura sinistra do presidente da empresa invadindo sua privacidade e o despachando rapidamente para o trabalho. Essa cena lembra o romance "1984", de George Orwell, publicado em 1948, antevendo, numa visão futurista e pessimista da sociedade humana, um mundo dividido em duas grandes potências hegemônicas. O mundo em "1984" é manipulado por um sistema de comunicação governamental em que os fatos são apagados ou resgatados, dependendo dos interesses das grandes potências. No romance de Orwell, o personagem O'Brien é vigiado dia e noite pelo Big Brother através da tele-tela. A tele-tela em Tempos Modernos seria uma televisão multidirecional, semelhante à de "1984", permitindo a comunicação dos dois lados. Esse tipo de tecnologia para controle dos funcionários não era disponível na época de Chaplin, pois a televisão ainda estava dando seus primeiros passos. Orwell deveria ter dado os créditos para Chaplin em seu romance, pois quinze anos antes ele já havia "inventado" a máquina de bisbilhotar.

O operário hilário acaba ficando maluco no interior da fábrica, desenvolvendo uma compulsão doentia para apertar tudo que fosse semelhante a um parafuso. Considerado um alienado, Carlitos é internado num hospital psiquiátrico para tratamento. Ao sair, caminha, desolado pelas ruas a procura de emprego, mas as fábricas estão fechadas e o povo está nas ruas para protestar. Ao pegar uma bandeirola vermelha que cai de um caminhão, o pobre Carlitos passa a ser seguido como um líder pelo povo esfomeado que faz protestos nas ruas de Nova York. O cineasta nesta cena mostra o quanto às massas podem ser facilmente manipuladas por alguém capaz de insuflá-las para atingir seus objetivos políticos, bastando levantar uma "bandeira". Mas é na metáfora da prisão que Chaplin faz sua crítica mais sutil contra o fordismo-taylorismo, deixando subentendida a comparação entre o presídio e uma organização empresarial. Muito tempo depois, dois sociólogos organizacionais, Enriquez (1976) e Morgan (1986), vão analisar as organizações pelo seu lado mais sombrio, através da metáfora de prisões psíquicas, pelo poder de recalcamento e repressão que exercem sobre os indivíduos.

Mas o filme é, sobretudo muito divertido e ainda consegue arrancar gargalhadas de jovens em pleno século XXI, já condicionados aos efeitos especiais das grandes produções de Hollywood. Infelizmente, poucos ainda conseguem perceber, entre as estripulias do palhaço com seus modos elegantes, uma profunda crítica social. Entretanto, nos anos trinta, os governantes perceberam isso rapidamente e o filme foi proibido em países como Alemanha e Inglaterra, pois poderia representar sérios problemas caso os trabalhadores percebessem, entre uma gargalhada e outra ou mesmo ao ver o filme pela segunda vez, que estava na hora de transformar o trabalho em algo mais prazeroso e menos alienante.

Elton Mayo e sua equipe tinham acabado de perceber isso e já estavam lançando as bases para uma nova escola da Administração: As Relações Humanas. Essa escola representou uma crítica ainda tímida ao sistema vigente de organização produtiva. A utilização da abordagem sistêmica de Von Bertalanffy na Administração, algum tempo depois, vai colocar o fordismo-taylorismo mais uma vez no banco dos réus, ao defender uma visão sistêmica do trabalho. Mas que ninguém fique muito animado, porque isso ocorre muito mais na teoria do que na prática, pois muitas organizações ainda utilizam a especialização e o controle do tempo em suas plantas. O McDonald com suas linhas de montagem de sanduíches é um retrato retocado da releitura desse modelo em pleno século XXI.