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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Desenvolvimento na Amazônia: várias incógnitas

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Postado por talita em dezembro 12, 2012 às 12:02 pm em Entrevista,Sociedade 

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[1]"Tudo que se conhece sobre a Amazônia, em relação aos ciclos econômicos, não encontra parâmetros naquilo que está sendo planejado", diz a coordenadora executiva do Instituto Socioambiental – ISA, Adriana Ramos.]

Os projetos de infraestrutura e desenvolvimento previstos para a Amazônia nos próximos anos requerem uma discussão acerca do desenvolvimento das cidades e da economia regional, pontua Adriana Ramos em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone.

Segundo ela, os investimentos no setor energético e de mineração na Amazônia são preocupantes por causa do alto impacto ambiental e social, os quais não contribuem efetivamente para o desenvolvimento da região. Ao propor uma reflexão sobre o modelo desenvolvimentista em curso, ela enfatiza que o "Brasil tem um papel muito importante nesse processo, não só pelos projetos na Amazônia brasileira, mas também pelo fato de que o Brasil é o principal financiador de projetos similares em outros países da Amazônia".
Ao comentar obras como a de Belo Monte, Adriana menciona a necessidade de discutir o "desenvolvimento das cidades na Amazônia, porque a Amazônia tem uma população majoritariamente urbana, mas essa urbanização não é similar às outras regiões do país". Segundo ela, "há uma série de deficiências de equipamentos de infraestrutura urbana nas cidades da Amazônia e uma pressão muito grande também das atividades econômicas. Então, como assegurar que a qualidade de vida das cidades e que o modelo das cidades amazônicas estejam adequados à realidade regional?", questiona.

Na avaliação dela, "a ausência do poder público" impede a garantia dos direitos básicos à população durante a realização dos empreendimentos. "Por isso, começam a ter os processos de compensação dessas grandes obras, investimentos na área de saneamento básico, de instalação de postos de saúde, escolas, que deveriam ser, digamos, a obrigação do poder público e que acabam sendo realizados como se fossem uma coisa trazida por um benefício dos empreendimentos", critica.

Adriana Ramos (foto abaixo) é graduada em Comunicação Social e morou em Manaus entre 1991 e 1994. Trabalha no ISA em Brasília desde 1995 como assessora de políticas públicas. Atualmente é coordenadora da iniciativa amazônica e membro do Conselho Diretor do ISA.
Confira a entrevista.
so66 Desenvolvimento na Amazônia: várias incógnitas

[2]HU On-Line – Como a infraestrutura e o desenvolvimento foram discutidos no VI Encontro do Fórum Amazônia Sustentável e II Encontro Panamazônico do Fórum Amazônia Sustentável e Articulação Regional da Amazônia – ARA, realizados recentemente?
Adriana Ramos – Discutiu-se a questão da infraestrutura a partir do grande desafio desses megaprojetos de infraestrutura pensados para a Amazônia. Na primeira sessão foi destacado o fato de que tudo que se conhece sobre a Amazônia, em relação aos ciclos econômicos, não encontra parâmetros naquilo que está sendo planejado. Então, sabemos como a Amazônia reage a certo tipo de intervenção, quais são os impactos e os riscos. Então, o que vai ser a Amazônia após a implementação dessa infraestrutura, principalmente, considerando a forma como ela vem sendo implementada, com uma série de problemas nos processos de licenciamento ambiental, com uma série de deficiências nos processos de consulta ou inclusão social? São incógnitas. O Brasil tem um papel muito importante nesse processo, não só pelos projetos na Amazônia brasileira, mas também pelo fato de que o Brasil é o principal financiador de projetos similares em outros países da Amazônia. Então, temos de assumir a responsabilidade de fazer esse debate sobre o que será essa região no futuro e como será possível desenvolver a região de um modo menos predatório.

Alternativas
Além disso, o debate sobre o desenvolvimento abarca também a discussão sobre quais são as alternativas a esse modelo. Nessa perspectiva, é preciso pensar a sustentabilidade da floresta, da biodiversidade, que depende, no caso do Brasil, de ter uma legislação adequada para que o país possa, de fato, se beneficiar do potencial de uso, por exemplo, biotecnológico da biodiversidade, assegurando às comunidades locais, que são responsáveis pela manutenção desse patrimônio, direitos e benefícios. Também discutimos o desenvolvimento das cidades na Amazônia, porque esta tem uma população majoritariamente urbana. Porém, essa urbanização não é similar às outras regiões do país. Há uma série de deficiências de equipamentos de infraestrutura urbana nas cidades da Amazônia e uma pressão muito grande também das atividades econômicas. Então, como assegurar que a qualidade de vida das cidades e que o modelo das cidades amazônicas estejam adequados à realidade regional?

IHU On-Line – Quais são os projetos de infraestrutura e desenvolvimento previstos para o futuro que mais causam ou causarão impacto na Amazônia?
Adriana Ramos – A importância que tem sido dada à mineração na balança comercial da região é preocupante, porque a atividade de mineração é de alto impacto, e agora estamos em fase de rediscutir o Código de Mineração, e protestar diante da abertura da mineração em terras indígenas. Então, nos preocupa muito a forma como esse processo vai avançar.

Há uma deficiência da infraestrutura, por exemplo, de telecomunicações, que não é devidamente tratada nos projetos em desenvolvimento. De certa forma, é uma nova rodada de exploração na Amazônia pelo resto do Brasil e do mundo, não necessariamente configurando projeto de desenvolvimento para a própria região amazônica. Essa é uma das características desse modelo, que causa muita preocupação, porque o que temos visto é que as populações da própria região são as que mais sofrem os impactos e as deficiências do atendimento que acontece.

Preocupa também a expansão do agronegócio no sentido de que as grandes expansões de terra para a monocultura, muitas vezes, são pagas pela exportação, criando um desequilíbrio e pressão sobre a questão fundiária e a presença das populações tradicionais. Além disso, esses grandes projetos têm desregulamentados outros setores, e a mudança do Código Florestal demonstra isso. Recentemente houve uma notícia no jornal de que o setor rural apresentou ao candidato à presidência da Câmara, Henrique Alves, a agenda prioritária que inclui a discussão da legislação trabalhista, a qualificação da questão do trabalho escravo, que é uma tentativa de desconsiderar a qualificação do trabalho escravo como é feita hoje, e a discussão da questão indígena, já que existem inúmeras propostas tramitando no Congresso Nacional que tentam diminuir a garantia dos direitos indígenas. Então, os grandes processos econômicos estão associados ao processo de desregulação que podem agravar esse quadro.

IHU On-Line – Uma das sugestões para reverter o atual projeto de desenvolvimento na Amazônia é investir no desenvolvimento da economia regional. Em que consiste essa proposta especificamente?

Adriana Ramos – Essa proposta questiona a infraestrutura proposta para a região. Entendemos que esse projeto de infraestrutura está inserido num projeto de desenvolvimento nacional, mas que não é regional, porque a região não será desenvolvida. Pretendemos, portanto, com essa proposta aumentar, dar mais valor, mais espaço para projetos de desenvolvimento a partir das riquezas da região, para a própria região.
Tem, por exemplo, um conjunto de comunidades locais que desenvolvem projetos, no plural, de uso sustentável da biodiversidade e da floresta. Esse projeto poderia ser ampliado no estado, contribuindo, também, para a valorização da cultura dessas comunidades. Na região existem exemplos bem sucedidos de produtos que são comercializados para a região: o açaí, por exemplo, virou um produto de exportação tanto para o Brasil quanto para o resto do mundo, a partir da iniciativa dos microempreendedores. Além disso, a floresta tem nas madeiras um conjunto de riquezas de grande potencial, como o desenvolvimento de produtos a nível local, como óleos.
Outro problema é a substituição da agricultura familiar pelos grandes plantios. Quer dizer, é preciso encontrar formas de garantir a manutenção da agricultura familiar, porque ela é muito mais inclusiva socialmente. Além disso, a floresta tem um conjunto de riquezas de grande potencial, como o desenvolvimento de produtos a nível local, como madeiras e óleo.

IHU On-Line – Qual a situação social e econômica das populações que vivem próximas às áreas florestais? Quais os impactos sociais desses projetos de infraestrutura?
Adriana Ramos – Há uma situação de grande fragilidade dos sistemas de atendimento público na área de saúde, de educação, saneamento básico. Então, as cidades da Amazônia têm uma carência grande de atendimento de serviços básicos, de estrutura, de geração de empregos. E, por ocasião dos grandes empreendimentos, muitas pessoas migram para a região na expectativa de que ela irá se desenvolver. Uma das questões que se discute nesse sentido é a ausência do poder público para garantir os direitos básicos à população. Por isso começam a ter os processos de compensação dessas grandes obras, investimentos na área de saneamento básico, de instalação de postos de saúde, escolas, que deveriam ser, digamos, a obrigação do poder público e que acabam sendo realizados como se fossem uma coisa trazida por um benefício dos empreendimentos.

Muitas vezes essas iniciativas não são concretizadas no sentido de serem implementadas, pelo menos não a tempo de dar conta do aumento das demandas sobre esses serviços causados pela migração. Basta ver o exemplo de Altamira, por causa de Belo Monte. Os investimentos prévios, que deveriam ter sido feitos na cidade não só para atender a população, mas também para garantir a chegada desse contingente de novos trabalhadores não foram realizados. A cidade entrou em colapso: há um aumento indiscriminado no preço dos aluguéis e uma incapacidade do sistema público de saúde e de educação em dar conta dessa demanda. Trata-se de uma cidade que já tinha uma série de fragilidades, que foram agravadas com a construção de Belo Monte. Quando a obra de Belo Monte acabar, uma parte desse contingente ficará na cidade, e ela continuará sobrecarregada. Outra parte desse contingente migrará para novas obras e irá gerar essa mesma situação de caos em outras localidades.

Se vamos optar por esse modelo de grandes obras, temos conhecimento de causa de lições aprendidas em casos anteriores, e sabemos exatamente o que é preciso fazer, como investir previamente para preparar a cidade? Se a sociedade tem a consciência de quais são os impactos e quais são os benefícios, ela pode aceitar isso, mas para que isso aconteça, é preciso que os processos, primeiro, sejam transparentes e negociados devidamente, e, em segundo lugar, que de fato a população tenha algum tipo de benefício, ou seja, que esses investimentos cheguem. Então, não se trata de ser contra o modelo como um todo necessariamente, mas sim contra a forma como esse modelo vem sendo implementado. Isso porque ele está longe de assegurar qualquer tipo de sustentabilidade ambiental ou social e, de repente, até econômica, porque temos visto que essas obras são calculadas sem levar em consideração esses investimentos.

IHU On-Line – Quais são os interesses econômicos e políticos entrelaçados com esses projetos de infraestrutura e desenvolvimento? Tem interesses internacionais envolvidos nesses projetos?
Adriana Ramos – Com certeza. Vivemos numa economia globalizada em que é muito difícil fazer essa distinção entre empreendimentos nacionais e internacionais. Então, uma parte da energia gerada na Amazônia será utilizada para a produção de alumínio, que é registrada por empresas nacionais e estrangeiras que, evidentemente, se qualificam com empresas nacionais e com empresas internacionais. Além disso, uma parte dessa produção será utilizada para a exportação. De certa forma, estamos exportando nossa água, a nossa qualidade ambiental dos rios. isso porque, no momento em que se faz uma barragem para gerar energia para a produção de alumínio que vai para a exportação, esse alumínio tem um preço barato, visto as empresas não pagam pelas águas que usam e a energia é barata por conta do modelo de financiamento dessas obras. Então, sem dúvida nenhuma outros interesses se conectam com as políticas elaboradas no Brasil historicamente.

* Publicado originalmente no site IHU-Online [3].

Artigo impresso de Envolverde: http://envolverde.com.br
Endereço do artigo: http://envolverde.com.br/sociedade/desenvolvimento-na-amazonia-varias-incognitas/
Endereços neste artigo:

Por que o Monitor Group, do guru Michael Porter, pediu falência?

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23 de novembro de 2012, às 02h40min

Porter, fundador da empresa, é conhecido no mundo do management como um dos maiores especialistas em estratégia competitiva; falência do próprio grupo põe em xeque o modelo das Cinco Forças?

Por Eber Freitas, Administradores.com
O Monitor Company Group LP, consultoria fundada em 1983 por Michael Porter, entrou com um pedido de falência no último dia 8 de novembro junto à Corte de Falências dos Estados Unidos em Wilmington, Delaware. A dívida da companhia, que forneceu consultoria ao regime de Muammar Kadhafi na Líbia, chega a US$ 500 milhões.

O total de ativos listados no pedido é de US$ 100 milhões. A unidade norte-americana do Monitor Group deve ser adquirida pela firma britânica Deloitte Consulting LLP, enquanto as operações em outros países vão para a Deloitte Touche Tohmatsu Ltd, pertencente ao mesmo grupo.

Em fevereiro de 2011 foi revelado que o regime de Khadafi desembolsou, por ano, US$ 3 milhões e outras despesas para tocar um "programa de longo prazo para melhorar o entendimento e apreciação internacional da Líbia". Mais tarde a Monitor Group publicou um pedido de desculpas.
michael
(imagem: Flickr/HSM Brasil)
 Michael Porter, o fundador da empresa, é conhecido no management como um dos maiores especialistas do mundo em estratégia competitiva. Seu modelo das "cinco forças" conquistou o ensino da Administração no mundo inteiro com a premissa de que as empresas podem mapear os elementos internos e externos que a ameaçam, antes que a situação seja irreversível.

Para ele, isso não deu certo.

Uma análise do colunista Steve Denning, da Forbes, desconstrói toda a teoria de Porter e em certos momentos chega a ser ofensiva de tão ácida. Para ele, o pensamento de Porter, desenvolvido ao longo de três décadas, carece de base intelectual, fatos e lógica.

"Ignorando o pensamento fundamental de Peter Drucker, de que o único propósito de um negócio é gerar um cliente, Porter focou na estratégia de como proteger os negócios de seus rivais. O objetivo da estratégia, negócios e educação para negócios era encontrar um paraíso seguro para as empresas das forças destrutivas da competição", analisa Denning.
Já o empreendedor Peter Gorski vai além... muito além: "até mesmo um chimpanzé vendado atirando dardos no quadro das Cinco Forças de Porter pode acertar uma estratégia de negócios tão eficaz quanto a prescrita pelo Dr. Porter e outros estrategistas bem pagos", provoca.

Para Dennings, o modelo de Porter levaria as empresas a obter lucros sem merecê-los, apenas por evitar a competição e procurar ganhos acima da média, protegidas por barreiras estruturais - notadamente, governos. "O Monitor falhou em gerar valor para os seus clientes. Eventualmente, os clientes foram alertados para isso e pararam de pagar o Monitor pelos seus serviços. Logo, o Monitor faliu", declara.

E você, leitor, o que acha? O pesquisador mais citado em trabalhos acadêmicos merece crédito ou as críticas são válidas? O Modelo das Cinco forças ainda é essencial na Administração contemporânea? Deixe sua opinião nos comentários, mas não esqueça de ler os artigos citados acima. 

Via Bloomberg

Gurus arrependidos fazem mais sucesso

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Como sempre tenho afirmado, não existem gurus, ninguém a seguir, aprendam, compreendam, e tenham idéias próprias, pensem por si mesmos e duvidem de tudo e de todos.

A realidade pertence a cada um e cada um tem a sua.

O melhor caminho é sempre a independência.


10 de dezembro de 2012, às 14h40min

Estou falando de Tom Peters – autor do badalado "In Search of Excellence", traduzido no Brasil com o título de "Vencendo a Crise" – que numa edição recente da revista "Fast Company" resolveu, em tom de confissão, admitir que "embora seja uma bobagem o que vou dizer, mas tudo bem, admito que falseamos os dados que publicamos no livro" "In Search of Excellence"

As histórias de criminosos, corruptos, políticos, prostitutas, traficantes, especuladores... arrependidos e que se transformaram em pregadores do bem ou dogmáticos evangelizadores das formas para obter a salvação eterna já faziam parte do nosso cenário real. Mas o que parecia algo difícil finalmente aconteceu. Um guru da Administração, que "vomitou" verdades e receitas para leitores e assistentes de palestras para multidões, finalmente também teve a sua "crise de consciência" e resolveu admitir que mentiu ao longo de sua brilhante carreira de guru produzido e admirado por acadêmicos, executivos e estudantes do mundo empresarial.

Estou falando de Tom Peters – autor do badalado "In Search of Excellence", traduzido no Brasil com o título de "Vencendo a Crise" – que numa edição recente da revista "Fast Company" resolveu, em tom de confissão, admitir que "embora seja uma bobagem o que vou dizer, mas tudo bem, admito que falseamos os dados que publicamos no livro" "In Search of Excellence ".

Utilizando um relato confessional muito bem elaborado, que poderá inclusive recolocá-lo nos palcos do público sedento por ouvir "ao vivo" seus arrependimentos, Tom Peters retorna à cena. Quem sabe agora cobrando mais dólares para desvendar a hipocrisia e manipulação comercial que existe nos bastidores dos "best-sellers" editoriais do mundo da administração ou das palestras que arrebatam multidões de executivos engravatados em busca de receitas mágicas para suas inseguranças e solidão.
Tom Peters (Foto: divulgação)

Sua confissão merece ser analisada como uma forma de reflexão para que muitos seguidores de gurus – internacionais ou nacionais – sejam vistos e avaliados sob um olhar mais crítico, tentando diminuir sua influência barata e pouco consistente. Vale lembrar que só emergem "gurus" porque existem seguidores, fãs de carteirinha ou repetidores de frases feitas.

A primeira confissão de Tom Peters mostra que a idéia da pesquisa e publicação do livro nasceu de uma disputa de "egos" e escritórios de uma famosa consultoria – Mckinsey – onde as decisões estratégicas eram tomadas levando em consideração estrelismo e impacto que poderiam provocar. Eles estavam na categoria dos que foram considerados "tolos". E por esta razão decidiram reagir de qualquer forma. Mesmo utilizando dados inconsistentes.
A seguir Tom Peters refere-se ao fato que não possuía nenhuma teoria que quisesse provar. Desejava apenas reproduzir uma insatisfação que existia no ar com a forma que a administração vinha sendo exercida nos últimos anos. O que não retira o mérito do seu trabalho. Mas os oito "princípios" que estabeleceu como verdades para conseguir sucesso na nova realidade do mundo empresarial foram apenas elaboradas como conclusões pessoais, sem nenhuma consistência investigativa.

Referindo-se às 62 empresas que fizeram parte da lista inicial da pesquisa – que depois diminuiu para 43 – afirma que "os dados foram falseados para produzir o resultado que tínhamos em mente. "Era apenas bom senso."

Ele fala também que seu trabalho com o amigo e consultor Bob Waterman foi produto de uma "raiva muito grande que sentia". E este ódio dirigia-se à três figuras: Peter Drucker – reconhecido pensador da administração que na época continuava produzindo reflexões e questionamentos - , Robert McNamara – Secretário de Defesa dos Estados Unidos durante a guerra do Vietña - , e David Kearns – na época CEO da Xerox e considerada uma empresa de sucesso naquela fase -.

A lista de erros e confissões prossegue com o reconhecimento que as idéias eram boas, mas restringiam-se simplesmente à realidade americana. Diz ele que "nem ao menos chegamos à Tijuana ou Toronto". Omitimos as mulheres e negros em suas conquistas bem como a globalização e a importância que a tecnologia da informação poderia ter sobre o mundo empresarial.

Curiosa a sua observação sobre como seria o título de um livro que escreveria hoje: "Em busca do estranho, da curiosidade, da licença para explorar".
O gesto de Tom Peters, que com certeza tem muito de comercial e o coloca de volta na "media" dos gurus empresariais, tem alguns méritos na medida em que pode gerar massa crítica.

Olhando na perspectiva do mundo empresarial brasileiro – que tem se mostrado um mercado ingênuo no consumo dos modismos que provém de outras culturas – vale pensar e agir um pouco mais na análise de algumas das características importantes da nossa diversidade e seus impactos.

País cosmopolita com empresas que se originaram de imigrantes e que atravessa uma transição de empreendimentos construídos pelo trabalho, para o fortalecimento do capital, vale olhá-lo com mais atenção. Não podemos isolar-nos das experiências de outras culturas. Mas internacionalizar-se exige, antes de tudo, conhecer o seu próprio mundo. A globalização não é um processo que vem de fora. Começa em nossas mentes e casas.

Afinal, como já havia afirmado Alvin Toffler, "a globalização vai acirrar os 'tribalismos'."

14 competências fundamentais a todo bom empreendedor

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10 de dezembro de 2012, às 21h56min

Pesquisas mostram traços de comportamento que se manifestam e se combinam de diferentes maneiras e em diferentes graus de intensidade, em diferentes pessoas. Alguns desses traços de comportamento integram as competências que todo empreendedor deve desenvolver

Por Andrea Teixeira Guilhermon, www.administradores.com

Diversas pesquisas têm sido feitas sobre o comportamento do empreendedor. Essas pesquisas mostram traços de comportamento que se manifestam e se combinam de diferentes maneiras e em diferentes graus de intensidade, em diferentes pessoas. Alguns integram as competências que todo empreendedor deve desenvolver.

Traçando um perfil característico, destacamos além do que citamos acima, as seguintes situações de comportamento da personalidade de um empreendedor: (em ordem de prioridade):

1. Senso de oportunidade

Antecipar-se aos fatos e criar novas oportunidades de negócios.

2. Dominância

Ter compreensão do assunto e prática do fazer.

3. Agressividade e realização

Ter energia para fazer acontecer.

 Foto: Shutterstock

 

4. Autoconfiança

Ter segurança em relação a seus propósitos.

5. Otimismo

Ser capaz de reagir bem, até na hora das dificuldades.

6. Dinamismo

Ter capacidade de agir de modo adequado sobre a realidade, sendo rápido e apresentando soluções.

7. Independência

Não sentir a necessidade de ter um "empurrãozinho" de outros para se mover e se animar.

8. Persistência

Ser capaz de manter-se firme e constante, sem perder a objetividade.

9. Flexibilidade e resistência a frustrações

Possuir a habilidade de rever posições, assumir o novo e ceder quando preciso.

10. Criatividade

Ser capaz de encontrar caminhos e soluções viáveis e reais.

11. Propensão ao risco

Saber calcular coerentemente os níveis de risco envolvidos.

12. Liderança carismática

Ter equilíbrio em liderar, para vencer com visão em um todo.

13. Habilidade de equilibrar sonho e realidade

Ter conhecimento de planejamento e de gerenciamento.

14. Habilidade de relacionamentos

Manter relacionamentos de forma objetiva, mas com critérios de respeito ao próximo e cordialidade.

Percebemos então, que o conceito de empreendedorismo é secular. Tão antigo, que pesquisar sobre o tema não é difícil. Existem muitas definições sobre o que é ser empreendedor, quais as suas características e o que é empreendedorismo, mas todas chegam a um denominador comum que é o de inovar, criar algo que vá além das necessidades e desejos do ser humano.

Aqui, observamos e aprendemos que o entendimento de tais características inerentes a personalidade empreendedora, contextualiza fortemente nosso momento mundial. A presença e força dos perfis empreendedores norteiam mudanças e quebram paradigmas a cada nova descoberta ou avanço da dita sociedade aprendiz. Isso mostra o quanto é importante ter consciência e responsabilidade com a formação de pessoas e profissionais que darão continuidade a este estado de mudança comportamental no homem.

Identificamos também, que não existe um perfil totalmente ideal de empreendedor. Os empreendedores podem ser sociáveis ou taciturnos, pragmático ou intuitivos, precavidos ou atrevidos. Não se pode definir um modelo único de perfil empreendedor. Existem sim, as características básicas que permitem, um nível de classificação. Apreende-se, desse resultado, um chamado ao compromisso maior por parte do empreendedor: que passa de "Ser" observado ao "Ser" da séria responsabilidade de condutor de novos modelos de empreendimento, sendo um facilitador de ações que gerem riquezas em todas as áreas.

Diante do que tratamos, verificamos que: identificar, buscar e imitar as atitudes de pessoas que tenham perfil empreendedor, principalmente no seu ritmo e dedicação ao trabalho, contribuirá para o desenvolvimento de nosso processo de crescimento como pessoas e profissionais, e assim contribuiremos de forma geral, para uma nação verdadeiramente renovada e produtiva.

Andrea Teixeira Guilhermon - @DeaGuilhermon



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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Por que nós gastamos tanto dinheiro?

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Este texto, e este Homem, merecem atenção e muita reflexão!!

O que é ter sucesso? Se realizar? Competência e resultados, enfim ser uma pessoa feliz, decente

30 de novembro de 2012, às 16h48min

Alguns aspectos do nosso pensamento podem ajudar a esclarecer essa questão. Veja abaixo

Quem vê o senhor Pepe Mujica dirigindo o seu fusquinha 87 azul não imagina que ele é simplesmente o presidente do Uruguai. Do salário de US$ 12.500,00 que ganha pelo cargo público, ele doa 90% para ajudar na construção de casas populares. Outra parte da sua renda vem do cultivo de flores e hortaliças que faz com a sua esposa, a senadora Lucía Topolansky, sem empregados, na pequena chácara que possuem.

O objetivo do casal é viver somente com aquilo do que realmente precisa, já que mais posses também significam maiores custos de manutenção.

Essa é uma lição prática de gestão enxuta, ou como conhecemos no meio corporativo "lean management". O princípio, além de reduzir custos, viabiliza determinadas conquistas que para o casal são verdadeiramente relevantes, como as vitórias políticas e econômicas em prol da população uruguaia, à medida em que deixam certas preocupações de lado.

caixa (imagem: Luiz Rocha/Shutterstock)

A questão é, diante da eficiência de uma vida mais simplificada, por que as histórias como a do senhor Mujica causam estranheza, ou mesmo polêmica? Visto de outra forma, por que ainda gastamos tanto dinheiro? Alguns aspectos do nosso pensamento podem ajudar a esclarecer essa questão. Eles seguem abaixo.

O dinheiro como unidade de medida do ser humano

Os adventos da revolução industrial trouxeram consigo mudanças significativas na forma como as pessoas entendem o meio à sua volta. A principal delas talvez seja a nossa incapacidade de avaliar qualquer coisa fora de uma perspectiva quantitativa, mesmo que de forma indireta. Ou seja, nossas escolhas são orientadas sempre por quantidades, mesmo que de elementos intangíveis como o quanto de satisfação ou de prazer esperamos sentir numa alternativa.

No entanto, quando essas escolhas estão relacionadas a aceitar ou rejeitar as pessoas do nosso convívio, pode ser difícil encontrar uma unidade de medida coerente o bastante para definir o quanto bom ou o quanto importante alguém é.

Tendo em vista a relevância do dinheiro na manutenção da vida, ele acabou assumindo o papel de principal unidade de medida do ser humano. Através dele, nós tendemos a estimar o valor das pessoas, e assim nos sentimos mais ou menos aceitos, de acordo com o quanto somos capazes de demonstrar essa riqueza. O que normalmente resulta no desejo de consumir para ostentar o poder aquisitivo, evitando a rejeição dos demais.

O conceito de necessidade é flexível

O fato é que poucas coisas são verdadeiramente necessárias à manutenção da qualidade de vida e quase todas elas poderiam ser compradas por um custo muito menor. No entanto, somos capazes de estabelecer um conjunto de valores e princípios para enviesar o modelo lógico com o qual fazemos as escolhas. Trata-se de argumentos como "é uma festa importante e por isso eu preciso ir com uma roupa nova"; "eu sempre quis comprar um desses (para enfeitar o interior do guarda-roupas)"; ou o clássico "não, mas eu realmente estava precisando disso (agora que eu vi na vitrine)". Enfim, havendo o desejo, nós esquematizamos a necessidade.

O cérebro e o seu bolso

Há um grupo de estruturas cerebrais que juntas formam o chamado sistema de recompensa. Através do fluxo de determinados hormônios nessa região, o cérebro estimula o indivíduo a executar ações que ele acredita serem necessárias à preservação da sua integridade física.

Esse mecanismo entende a sua aceitação em um determinado grupo social como sendo um recurso de proteção, e pela sua segurança ele passa a estimular as ações que deverão trazer o máximo possível desse benefício, de acordo com as suas crenças, no caso, comprar mais significa ser mais aceito e por consequência estar mais seguro.

De modo geral, fica clara a relação entre a necessidade de gastar e a necessidade de ser aceito pelos demais. O que na prática não se justifica. Precisamos dar um passo adiante na superação desse viés tão comum e procurar a realização pessoal nas conquistas verdadeiramente capazes de beneficiar a nós e ao maior número possível e pessoas, o que quem sabe, venha justamente de um uso mais inteligente do nosso dinheiro.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Negócios colaborativos: você está preparado?

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27 de novembro de 2012, às 14h39min

"Uma pá de cal sobre as teorias estratégicas que apontam para competição como foco estratégico e lucros como único objetivo relevante."

O recente pedido de falência do Monitor Group, empresa de consultoria do guru da competitividade, Michael Porter, deixa claro que os modelos estratégicos tradicionais já não dão conta do novo mundo.


O modelo das 5 forças de Porter é baseado nas ameaças competitivas:
  1. Rivalidade dos concorrentes
  2. Poder de barganha dos clientes
  3. Poder de barganha dos fornecedores
  4. Produtos substitutos
  5. Novos competidores
Porter recomenda que a estratégia das empresas seja construída a partir da avaliação dessas forças, com base numa análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças).
Não podemos ignorar a importância da avaliação do cenário competitivo.

Mas o que Porter e muitos outros consultores tradicionais propõem é a incansável busca da lucratividade através de uma estratégia baseada na antecipação de ameaças e na construção de uma posição de força.
colaboração
(imagem: Shutterstock)

A história demonstra que grandes impérios foram construídos dessa forma.
E essa mesma história comprova que todo grande império é cercado de inimigos que tramam sua destruição. Conquistadores são temidos, mas também temem: é o circuito do medo.

Nosso mundo vem evoluindo para um novo patamar de consciência. Essa é uma afirmação vaga e de difícil comprovação, mas que tem o valor de instigar o livre pensar.

Alguns indicadores dessa transformação são concretos e sensíveis, particularmente para os temas relacionados com direitos humanos, preservação do planeta e cidadania.


Outros são mais abstratos e revelados através de atitudes coletivas como o crescente repúdio a autoridades externas (principalmente as institucionais), o desejo de protagonizar e a ênfase no desenvolvimento pessoal.

Presenciamos a valorização do indivíduo e o reconhecimento da interdependência como caminho para uma vida melhor.

As implicações dessa nova consciência para os negócios não são poucas e nem triviais.
Uma das mais importantes, e que "explica" a falência do modelo de Porter, é a relevância da "inclusão". Não aceitamos ser excluídos com a mesma resignação de antes.

Essa atitude algo "rebelde" oferece a interessante oportunidade de revisão do caminho estratégico indicado por Porter, onde "competir" dá lugar a "colaborar".

As forças ameaçadoras, se "incluídas", podem adquirir o status de forças construtoras do negócio.

Pedi a um psicanalista, certa feita, que definisse o amor. Sua resposta foi "amor é o legítimo interesse pela felicidade do outro".

Falar de "amor" no contexto de negócios pode parecer tão estranho como falar de "medo".
Então vamos parafrasear a definição do psicanalista e ater-nos ao conceito: "o legítimo interesse pela satisfação do outro".

Esse é o conceito fundamental para os negócios no contexto da nova consciência social, capaz de construir novos "impérios" que serão sustentáveis porque serão "inclusivos", ou seja, terão como missão a satisfação (negociada) das partes interessadas.

Colaboração requer confiança e implica em compartilhamento de decisões e disposição para negociar.

Quem não estiver preparado para isso irá continuar consumindo seus recursos para construir muralhas e tentar impedir que os inimigos as derrubem.

Quais são suas competências comportamentais?

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27 de novembro de 2012, às 11h54min
Por Publieditorial
Empresa x Colaborador. Esta é, e sempre será uma relação de interdependência. Se de um lado as organizações estão buscando atrair e reter os talentos, de outro, os profissionais não querem apenas um emprego. Mais que isso, eles desejam estar empregados em organizações que sejam respeitadas, que realmente valorizem suas competências individuais e onde possam desenvolver-se, crescer e ascender na carreira.

Entretanto para conseguir espaço e crescer, os profissionais devem estar atentos ao desenvolvimento de determinadas habilidades. É o que aponta pesquisa da consultoria Manpowergroup, realizada no Brasil e noutros 40 países, com cerca de 60 mil empresas, de diferentes segmentos.

Segundo o estudo 17% dos empregadores consideram: Colaboração/Trabalho em grupo, a competência mais relevante em um profissional, e também a mais rara de se encontrar no mercado. Para saber mais sobre motivação no trabalho em equipe, acesse - http://www.ibccoaching.com.br/tudo-sobre-coaching/lideranca-e-motivacao/motivacao-no-trabalho-em-equipe/

Veja o ranking completo com as competências comportamentais mais valorizadas pelas empresas:
  1. Motivação no trabalho em equipe (17%)
  2. Habilidades Interpessoais (15%)
  3. Motivação (14%)
  4. Profissionalismo (13%)
  5. Atenção aos detalhes (10%)
Fique atento ao desenvolvimento de suas competências comportamentais, pois elas são um complemento fundamental em seu processo de crescimento em sua carreira. Através deste aprimoramento, o profissional pode dispor de habilidades que farão parte de seu diferencial competitivo, e que agregarão e muito ao seu processo evolutivo. E não apenas no que tange sua profissão, mas também como pessoa. 

Quem disse que é preciso focar nos pontos fracos?

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27 de novembro de 2012, às 15h24min

Nesse artigo, quero chamar a atenção para uma consequência bastante natural e pouco discutida sobre as avaliações, sejam de pessoas, grupos ou empresas

Avaliações fazem parte da vida. Dos boletins da vida acadêmica, testes de desempenho em empresas, feedback de clientes até aquela cara de "não faça isso" que sua mãe fazia quando você era criança. Receber retorno sobre nossas qualificações e atividades é útil, e especialmente importante para aqueles que buscam sempre mudar para melhor.

Nesse artigo, quero chamar a atenção para uma consequência bastante natural e pouco discutida sobre tais avaliações, sejam de pessoas, grupos ou empresas.

Tente lembrar da última vez que você recebeu uma avaliação. Provavelmente você viu ali um punhado de habilidades ou características, com algumas marcadas como acima da média (ou positivas), outras na média, e outras negativas.
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(imagem: Shutterstock)

Digamos que você foi recebido pela sua chefe e aprendeu que, apesar de sua capacidade analítica e conhecimento técnico terem tirado elogios dela e de seus colegas, foi apontada uma deficiência em suas "habilidades com pessoas". Ao que parece, você não é a alma da festa em uma festa de trabalho.

Qual a conclusão da reunião? "você devia trabalhar um pouco nisso", sua chefe sugere com a maior boa vontade do mundo. Nos próximos dias, você que sempre foi introvertido, se pega tentando acompanhar a vida social de alguns colegas. Fazendo um esforço para ser menos introvertido e melhorar aquela deficiência apontada em você.

O mesmo ocorre em diversas áreas: Se um aluno se destaca em matemática mas fica apenas na média em história, é hora dele se dedicar mais a história. Se você se sai otimamente bem em finanças mas não tem a mínima paciência para estratégia, é hora de abandonar um pouco os números e estudar a matéria em que você é medíocre.
Mas será que realmente, essa é a melhor aplicação do nosso tempo e esforço?

Como seres humanos que somos, nossa tendência sempre é querer consertar o que está ruim. Recebemos um feedback que somos bons em X e ruins em Y, e o que vemos é um grande Y brilhando nos apontando no que somos ruins. Focamos nossos esforços em melhorar aquilo.

Pensando bem, será que não estamos fazendo as coisas ao contrário? Um aluno que apresenta um desempenho altíssimo em matemática realmente deveria estar se preocupando em ser algo além da média em história? Um profissional com grande habilidade técnica deveria se preocupar com sua falta de capacidade de liderança?

O que aconteceria se o aluno que é ótimo em matemática realmente focasse seus esforços ali? O que aconteceria se um profissional realmente bom no que faz resolva deixar a parte mais "humana" do negócio a algum colega que leve mais jeito para a coisa?

Ouso dizer que, no longo prazo, essas pessoas se destacariam. Seriam o tipo de estrelas que toda equipe quer ter à mão quando tem uma dificuldade em sua especialidade.

Quando focamos nossas tentativas de melhora nos pontos fracos, podemos até ter uma melhora, mas essa melhora vem com um preço: Estamos nos tornando mais iguais a média. E nos esforçando para isso.

Quando focamos no que somos realmente bons, no que gostamos de fazer e fazemos com maestria, o esforço vem com a vantagem de nos diferenciar. Além disso, sensação de esforço de realizar algo que realmente se goste é muito menor do que forçar algo diferente. O introvertido pode preferir ler um bom livro a participar do happy hour no escritório.

Note que há situações em que o ponto fraco é tão ruim que chega a ser debilitante. É diferente ser introvertido do que ser grosso e arrogante. A grande questão é que, uma vez que tal barreira fique para trás, por que nos preocupar tanto em melhorar aquilo que não somos bons?

Que tal melhorar ainda mais aqueles pontos em que somos bons? talvez isso te torne melhor ainda. Talvez isso te torne um profissional fantástico, uma estrela em sua área.

Nunca ouvi falar de alguém ser reconhecido por ser o melhor profissional "na média" em sua profissão. Profissionais de alto desempenho se destacam em algo. Mas, quando dizemos que o que está bom já é suficiente e precisamos melhorar o que é ruim, estamos indo cada vez mais em direção à média. Partindo do princípio que nossa capacidade de mudar é limitada (o que é bastante realista), utilizar nossa capacidade de mudar para nos tornar mais próximos da média pode não ser a melhor estratégia.

Quem realmente se destaca é bom em atividades específicas. Pontos fracos sempre vão existir, mas felizmente sempre existem bons profissionais capazes de suprir tais faltas.
Então, da próxima vez que receber uma avaliação, avalie se seus pontos fracos são prejudiciais, mas olhe também seus pontos fortes. Não parta do princípio de que o que já está bom não precisa mudar. Talvez o melhor a fazer seja trabalhar para tornar o bom melhor ainda.

Como transformar ideias em negócios

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Esse artigo traz dicas valiosas e um esquema infalível para avaliar suas ideias e transformá-las em oportunidades de negócio. Pense nisso, empreenda e seja feliz!

25 de novembro de 2012, às 10h22min
Por Jerônimo Mendes
Transformar ideias em oportunidades e abrir novas possibilidades é um desafio e tanto para futuros empreendedores, o que vai exigir muito mais do que métodos e soluções comprovadas. Para colocar uma ideia em prática é necessário, antes de tudo, enxergar benefícios onde a maioria enxerga somente prejuízos.

Calma! Para ajudá-lo a trabalhar melhor as ideias não é necessário reiventar a roda. Embora você deva fugir dos padrões e usar a mente criativa para encontrar a melhor forma de colocar as ideias em prática, muitos estudiosos tiveram essa preocupação antes de você. Portanto, deixe o orgulho de lado e procure utilizar o conhecimento a seu favor. Ideias existem para ser aperfeiçoadas.

Dessa forma, tomei a liberdade de utilizar parte dos ensinamentos mencionados no quarto capítulo do fantástico livro As Vantagens da Adversidade, de Paul Stoltz e Erik Weihenmayer, cujo título é Possibilidades Pioneiras.

Como dizem os autores no início do capítulo, "quantas vezes, no transcurso da sua vida, alguém lhe disse que alguma coisa que você queria fazer era impossível? Já reparou que são geralmente os seus companheiros de trabalho, amigos e entes queridos que tentam "pôr algum juízo na sua cabeça" cada vez que você inventa "um esquema maluco" para experimentar algo novo ou assumir algum risco que eles consideram uma insensatez? Sinta-se agradecido porque essas pessoas se preocupam com você e por isso tentam dissuadi-lo. Elas pensam que lhe estão fazendo um favor e talvez até estejam. Mas, e se...?"

E se as pessoas que gostam de você estiverem erradas? E se o que você sempre sonhou fazer for realmente possível? O que você sentiria se fosse o primeiro a realizá-la? E se, ao tornar possível aquilo, quando tudo lhe parece impossível, você abrisse um mundo de oportunidades inteiramente novo, tanto para você quanto para sua empresa e para as pessoas à sua volta?

Não seria ótimo se uma voz interior profunda e confiante lhe dissesse o melhor caminho a ser tomado? Infelizmente, isso é raro, portanto, comece a pensar que, com as condições certas, as pessoas certas, os sistemas certos e as orientações certas, a ideia pode ser realizada.

Uma das incertezas mais comuns e desafiadoras é quando tentamos algo novo que ainda não foi testado. O medo do desconhecido nos apavora, pois, não estamos acostumados a escalar às cegas, mas, o desejo de ir além é grande. Isso aconteceu com a maioria dos empreendedores que conheço.

No caso dos empreendedores, dos pesquisadores e dos aventureiros em geral, esse medo existe, entretanto, não é tão grande quanto o medo daqueles que passam a vida sem tentar algo novo. É o medo de descobrir que não é tão bom quanto seus pais dizem que você é, de fazer papel de ridículo perante os amigos, de tropeçar e dar com a cara no chão.

Qualquer ideia pode ser colocada em prática. Então, vamos utilizar o Quarto pico – possibilidades pioneiras para exemplificar e fundamentar a ideia que você tem em mente. Quando a ideia sugir ou se a ideia já existe, pegue caneta e papel e comece a descrevê-la de acordo com o roteiro sugerido pelos autores, a seguir adaptado para o fim que você deseja. Vejamos:

Primeira Etapa – Escolha um Objetivo de Valor (Uma ideia de valor)
  • Motivação: por que você quer fazer isso?
  • Forças: que habilidades ou recursos são necessários para colocá-lo em prática? E quanta força de vontade?
  • Entusiasmo: qual o seu grau de empolgação com isso?
Segunda Etapa – Projete Sistemas Personalizados utilizando os critérios PROPS
  • Portátil ou Portável – pode ser levado para qualquer lugar.
  • Reaplicável ou Reproduzível – pode ser recriado, reproduzido ou ambos.
  • Original – nunca foi feito antes (exatamente desse jeito).
  • Pessoal – adequado a você e seu estilo de vida (agradável).
  • Simples – não é fácil, tampouco apresenta complexidades desnecessárias.
Terceira Etapa – Pratique até alcançar a perfeição
  • Quais são os critérios para uma solução eficaz?
  • Onde e como você vai praticar a nova ideia (ou sistema)?
  • O que você vai tentar primeiro?
  • Como refinar sua solução?
  • Onde ou como você pode experimentar?
  • Quem pode lhe dar feedback útil?
  • Quando poderá começar?
  • De quanto tempo ou dinheiro precisa para desenvolvê-lo?
Quarta Etapa - Escreva sua história pioneira
  • Que Objetivo de Valor – Desafio Máximo – você vai enfrentar a despeito das opiniões negativas até atingir a objetivo?
  • Qual será o legado do seu avanço, depois de inaugurar essas possibilidades?
  • Quem se beneficiará com sua ideia ou realização?
Será que o esquema funciona? Tente, afinal, o que você tem a perder com isso? Com a prática, pode tornar-se um grande alquimista capaz de converter ideias simples em grandes oportunidades, mas, lembre-se: nada vem de graça.

Tirar uma ideia do papel e colocá-la em prática é tarefa para pessoas determinadas a vencer na vida, não importa o tamanho do sacrifício. Se estiver pensando em como deixar a sua marca no mundo, comece a praticar tudo o que aprendeu até agora, caso contrário, vai ficar apenas querendo.

Quando se trata de empreender, ideias somente não bastam. O mundo está cheio de boas ideias que vagam sem destino e são desperdiçadas porque ninguém acredita nelas e os autores desistem ao primeiro não. Mais do que obter uma ideia, você precisa de iniciativa, esforço, otimismo e, na maioria dos casos, persistência para conseguir alguém que acredite no que está dizendo.

Assim, quando as ideias surgirem do nada, seja disciplinado. Faça de cada ideia uma possibilidade. Se não for hora de aproveitá-las, guarde-as com carinho. Um dia você vai precisar delas.

Pense nisso, empreenda e seja feliz!
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