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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Dez atitudes para conquistar a infelicidade no trabalho

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Não é tão fácil ser feliz no trabalho. Porém, você pode sofrer bem menos quando dá o melhor de si e adota um discurso mais positivo, coerente com a sua maneira de ver o futuro. Mude seu discurso, mude seus hábitos

Jerônimo Mendes, 8 de julho de 2013
Segundo Albert Ellis, psicólogo norte-americano e autor do best seller Como conquistar a sua própria felicidade, o ser humano é incurável. Em síntese, somos passíveis de erros e sujeitos a pensamentos e atitudes derrotistas, motivo pelo qual manter-se otimista é um desafio permanente.

De fato, entra ano e sai ano, algumas pessoas simplesmente não querem evoluir. Elas continuam adotando o mesmo comportamento retrógrado do século passado, apesar de tantos cursos, treinamentos e toda literatura disponível para quem deseja crescer no campo pessoal e profissional.

Nesse sentido, embora as empresas contribuam muito para elevar ou destruir o moral dos empregados, penso que a felicidade ou infelicidade depende muito dos modelos mentais de cada ser humano em particular – padrão de pensamento, discurso, atitudes.
Por essas e outras razões, fica bem mais fácil distinguir os otimistas dos pessimistas, os perdedores dos vencedores, os que fazem acontecer dos que esperam acontecer. O seu discurso, decorrente do seu modelo mental estabelecido há anos, faz toda diferença no mercado de trabalho e na sua vida pessoal.

Em vez de pensar sobre o que fazer, sugiro que você reflita sobre o que não fazer para se tornar mais feliz no ambiente de trabalho. Mudar passa por uma questão de escolha, não porque a empresa quer que você faça e sim pelo fato de que não existe outra maneira de se tornar mais produtivo e feliz.

Como observador permanente do comportamento das pessoas no mundo corporativo, aqui estão as dez atitudes (negativas) – comportamentos, padrões, escolhas – dos profissionais que desejam conquistar a infelicidade no trabalho:

1.  Preocupar-se o tempo todo com o salário dos outros;
2.  Manter o discurso negativo e a postura do contra;
3.  Fazer corpo mole e acreditar que um dia a coisa muda;
4.  Formar panelinhas e forças de coalizão;
5.  Trabalhar feito alienado como se não existisse vida fora do trabalho;
6.  Conspirar contra o chefe e os companheiros de trabalho;
7.  Ter medo de trabalhar com pessoas melhores do que você;
8.  Buscar reconhecimento sem fazer nada para mudar a situação atual;
9.  Sofrer com o que outros pensam ou deixam de pensar a seu respeito;
10.Começar a segunda pensando na sexta. Será que você está no lugar errado?

Quer fazer um bom exercício? Avalie uma por uma e tente pensar o contrário. Veja como é difícil mudar o seu próprio modelo mental estabelecido. É a sua mente reptiliana em ação.

Na prática, significa dizer o seguinte: se você, como dono, empreendedor, diretor ou gerente pensa dessa maneira, o que dizer para os seus empregados ou para aqueles colaboradores que já não colaboram tanto?

Vai demitir um por um? Bobagem. Você pode substituir todos, mas o ambiente ao seu redor permanecerá nocivo enquanto você, que tem o poder na mente ou mesmo no cargo, não mudar a si mesmo.

Quando o discurso é negativo, pessimista, contrário a tudo o que a empresa precisa, a energia dissipada para mudar o ambiente é maior. Você se desgasta sem necessidade, conspira facilmente, perde o foco nas coisas que precisam ser levadas em consideração e, na maioria das vezes, sai da linha.

Quer conquistar a felicidade no trabalho? Basta fazer o contrário, porém, isso ainda vai demorar o tempo necessário que você precisa para mudar o seu discurso, as suas ações, as suas atitudes. Quanto mais tempo levar, mais irritação, injúria, fofoca e sofrimento.

É fácil ser feliz no trabalho? Claro que não! Sem hipocrisia! Porém, você pode sofrer bem menos quando dá o melhor de si e adota um discurso mais positivo, coerente com a sua maneira de ver o futuro. Entretanto, se você acredita que não tem futuro na empresa ou que a empresa não tem futuro, por que é que você continua nela?

Pense nisso e seja um empreendedor de si mesmo.

sábado, 24 de agosto de 2013

‘A educação integral deixa a escola mais humana’

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Educação
23/8/2013 - 11h45

'A educação integral deixa a escola mais humana'


por Davi Lira, do Porvir

Antes observada mais frequentemente em pequenos grupos de escolas ou de unidades-modelo, a discussão sobre educação integral está cada vez mais na agenda das escolas brasileiras, principalmente as públicas. Presente tanto nos projetos políticos de governos, como em debates propostos por entidades da organização civil, os conceitos envoltos nessa metodologia ganharam mais força dentro do debate pela melhoria da qualidade do ensino no país.

Mesmo trazendo aspectos que conversam com outros conceitos, há tempos debatidos na área da educação – gestão democrática, participação e gestão escolar –, o fato é que hoje a Educação Integral está no debate nacional. É o que afirma a pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, Ana Emilia Castro, coordenadora da Pesquisa Nacional Programa Mais Educação: Impactos na Educação Integral e Integrada no Nordeste.

Para ela, com a adesão de mais de 85% das escolas públicas brasileiras desde 2008 ao programa Mais Educação, do Ministério da Educação (MEC), o desafio agora não é mais a expansão. "Precisamos focar agora na gestão, na forma como os conceitos de educação integral estarão sendo implantados na prática, dentro dos ambientes de aprendizagem. Até porque, além do programa Mais Educação, não faltam iniciativas que buscam aumentar a carga horária dos alunos, propor atividades recreativas e ampliar a participação comunidade na escola, e que existem há décadas", fala a pesquisadora.

Educacao 'A educação integral deixa a escola mais humana'
Foto: Dmitry Naumov / Fotolia.com

Então, para melhor entender as questões que envolvem a implantação da educação integral no cotidiano da escola, especialmente no que se refere ao desafio da formação dos professores para atuarem nesse novo contexto, confira a seguir a entrevista que o Porvir fez com a professora Ana Emília:

A senhora poderia descrever um pouco melhor o conceito de educação integral?
A educação integral diz respeito à integralidade do sujeito, ou seja, ela propõe trabalhar com o ser humano de forma mais ampla. O conceito de educação integral vai além dos aspectos da racionalidade ou cognição. Ele dá importância também ao olhar, às artes, à estética, à música, significa desenvolver as dimensões afetivas, artísticas, espirituais, os valores, a saúde, o corpo. O ponto principal que o envolve tem a ver com uma outra lógica de aprendizagem. A gente não aprende só na escola, adquirimos cada vez mais conhecimento durante toda a vida. A relação que a educação integral tem com o espaço e o tempo é diferente da forma tradicional de educação que vemos na maioria das nossas escolas públicas. Estamos diante de um cenário de quebra de paradigmas da forma de conceber e trabalhar com a educação integral, haja vista, a superação de barreiras culturais, que perpassam nas relações interpessoais e de poder no caráter organizacional da escola, impregnado em heranças burocráticas, tecnicistas e formalistas. Torna-se desafio trabalhar a ressignificação das ações pedagógicas.

Para a escola implantar um modelo de educação integral é preciso uma carga horária de atividades maior?
Para que seja plenamente trabalhada a escola deve levar em conta a necessidade de ter mais tempo e mais espaços de aprendizagem. Mas, o maior desafio é trabalhar justamente com esse tempo adicional. Na educação integral, não basta aumentar o tempo do aluno na escola de quatro para sete horas por dia, algo que acontece de forma corriqueira hoje. Ter mais tempo exige ter mais planejamento pedagógico para aproveitar de forma mais transversal esse tempo.

É por isso que muitas pessoas confundem a educação em tempo integral com educação integral?
Exatamente. A batalha a favor da expansão da carga horária nas escolas já não representa mais um grande desafio. O ponto agora em questão é outro. A educação em tempo integral deve ser transformada numa educação integral e integrada. Ou seja, o padrão de escolas de educação em tempo integral que temos hoje, onde pela manhã ela é uma unidade tradicional e à tarde se transforma num espaço lúdico com atividades artísticas desconectadas de um projeto, deve mudar. Na educação integral, a transversalidade dos conteúdos trabalhados de forma mais conectada e o diálogo com a realidade do aluno devem ser uma constante nas escolas que adotam o modelo.

Então, as escola que ainda não adotaram plenamente o conceito de educação integral precisam pensar num novo formato de escola?
Certamente. Elas têm que mudar a forma de pensar e fazer educação, não basta ter uma oficina de artes no contraturno, é preciso muito mais. Elas têm que dialogar mais com os alunos, com o que eles trazem nos encontros e com o contexto de suas comunidades. Como trabalhar a disciplina de história sem levar em conta a história do aluno, da história da escola ou da própria comunidade? Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais fragmentada é preciso que a gente transversalize mais, rompendo com a prática de trabalhar com conteúdos isolados. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.

Logo, a articulação do educador seria fundamental para que todas essas sugestões sejam colocadas em prática…
Não tenho dúvida. Os nossos professores já conhecem de certa forma o que é a educação integral, especialmente hoje que ela está com mais evidência. O que eles buscam agora é colocá-la em prática. Para isso, eles precisam ser melhor instruídos nas maneiras que podem utilizar esses conceitos para melhorar o aprendizado dos alunos. Por isso a importância das formações continuadas de docentes.

E como funcionam essas formações?
Elas podem ocorrer por meio de cursos de pós-graduação, de extensão, com encontros que fomentam o debate sobre a temática e a metodologia do conceito. Desde 2011, já participei da concepção de dois cursos de extensão que duraram 10 meses. Neles, reunimos os oficineiros, professores comunitários, professores da rede e gestores. Como muitos dos oficineiros que comandam as atividades educativas no contraturno não têm curso superior, preferimos adotar esse formato de curso, ao invés de propor uma pós, o que restringira o acesso. Pensamos em cursos de extensão que têm como abordagem uma proposta de formação problematizadora, que significa a ação conjunta de desvelamento e reflexão às realidades vivenciadas no ambiente Escola-Comunidade onde acontecem as práticas educativas da educação integral, em busca de repensar, ressignificar essas próprias práticas.

Que tipo de conteúdo é trabalhado nesses cursos?
Como o próprio nome do curso sugere (Múltiplos Olhares) buscamos trabalhar tanto a questão legal como a conceitual, e também fomos além. Seguindo às próprias diretrizes do MEC, também focamos em atividades que estimulavam os educadores participantes a mapearem a realidade de cada um na escola e a realidade do entorno da unidade.

E como ocorreu esse mapeamento?
Para se trabalhar com a educação integral o professor precisa conhecer a realidade da escola, dos alunos e da própria comunidade. Por isso que propusemos essa atividade prática. Nela, pedíamos para que, em grupo, eles levantassem os equipamentos urbanos, como praças e monumentos; culturais, como bibliotecas e museus; organizações não-governamentais ao redor; além das atividades econômicas e culturais da região. Tudo isso, para que, com base nas informações, eles soubessem articular e propor um projeto de ação pedagógica no âmbito da educação integral.

Mas os professores já não aprendem a elaborar esse tipo de projeto durante sua formação nas universidades?
Os próprios tutores e supervisores que participavam dos cursos de extensão – muitos deles ainda alunos de licenciatura –, falavam que nunca haviam tido contato com a proposta pedagógica da educação integral. Quer dizer, os modelos de currículos no ensino superior ainda estão muito distantes da realidade e da educação integral. Mesmo sendo uma pauta de debate nacional, o tema ainda é pouco discutido entres os próprios alunos das licenciaturas na academia. Precisamos mudar isso.

Mas como modificar esse quadro?
Os currículos e a forma de se pesquisar nas universidades devem ter outra dinâmica. Muitas pesquisas feitas por alunos de graduação e pós não encaram a escola e os alunos que se relacionam como sujeitos ativos, que são coautores do estudo, que acabam participando juntos da pesquisa. Por isso decidimos criar o Neafi (Núcleo de Educação Integral e Ações Afirmativas), que tem como objetivo promover estudos e reflexões sobre políticas de educação integral e ações afirmativas por meio de pesquisa e de extensão com a comunidade acadêmica e demais membros da sociedade civil para que o futuro professor tenha outro tipo de olhar depois que passarem pela universidades. Outras instituições poderiam fazer algo semelhante.

Além da reformulação sugerida nos currículos e de cursos de extensão, como o professor pode colocar a educação integral cada vez mais em prática?
Logo de cara, os professores bem que poderiam olhar mais nos olhos dos alunos, ouvir mais. Integrar pais e comunidade no cotidiano da escola também seria "praticar educação integral". E por que não trazer outros profissionais dentro da sala de aula para explicar tipos diferentes de ofício aos alunos? O professor pode convidar o pai de algum aluno que seja sapateiro, por exemplo. Na sala, ele pode explicar a cadeia do couro, numa aula de geografia. A educação integral vem nesse sentido. É pelo cotidiano e por meio dos saberes das pessoas que a comunidade escolar vai contribuir para uma boa educação.

Existem outras formas dos professores aplicarem desde já o conceito da educação integral no encontro com seus alunos?
Os docentes poderiam a partir de hoje estimular ainda mais a curiosidade dos alunos. Eles precisam trazer a vida dos estudantes e da comunidade para dentro da sala de aula e de outros espaços de aprendizagem. Atividades práticas envolvendo a articulação de várias disciplinas também são um caminho. A educação integral se cristaliza dessa forma, ensinando por meio da dança, da música, trabalhando com a memória e propondo sempre a participação ativa dos sujeitos.

A educação integral implantada plenamente em todas as escolas brasileiras pode melhorar o nível da educação pública no Brasil?
A educação integral pode sim ser o caminho para a melhoria do ensino no Brasil. Com ela, é possível melhorarmos também o processo de democratização na educação do país. Se a escola, dentro do seu cotidiano, trouxer a comunidade para planejar o projeto pedagógico de forma efetivamente democrática e participativa, melhoraremos a qualidade no aprendizado dos nossos alunos. Além disso, ela se tornará mais atrativa e mais humana. Assim como as escolas devem ser.

* Esta reportagem faz parte de uma série especial sobre educação integral, acompanhando o lançamento do Centro de Referências em Educação Integral, uma iniciativa apoiada pelo Porvir e pelo Inspirare. A plataforma do centro estará disponível a partir de 29 de agosto, no www.educacaointegral.org.br.
* Publicado originalmente no site O Porvir.
(O Porvir)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

PIB NÃO É MEDIDA DE PROGRESSO E PROSPERIDADE

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PIB NÃO É MEDIDA DE PROGRESSO E PROSPERIDADE

É necessário trocar a concepção de riqueza baseada na produção de mercadorias e no capital físico por uma compatível com o século XXI
Com um PIB que está devagar, quase parando, os deslocamentos urbanos na metrópole paulistana já são tão torturantes que desencadearam os protestos de junho que em seguida catalisaram muitos outros motivos de revolta, mas quase todos também diretamente relacionados a serviços públicos que tornam péssima a qualidade de vida da população.

Imagine, então, o que pode acontecer se o PIB voltar a deslanchar sem que, ao mesmo tempo, sejam encontradas soluções para o problema da mobilidade urbana e tantos outros que estão muito longe do tal "padrão Fifa".

Não é preciso dizer mais nada para que se constate algo muito simples, mas quase sempre ignorado ou esquecido pelos governantes, deputados e senadores: o PIB é uma adição dos valores acrescentados por bens e serviços vendidos e comprados, sem qualquer distinção entre os que são ou não benéficos para a sociedade. Despesas com a morosidade dos deslocamentos urbanos, acidentes, Poluição, contaminações tóxicas, criminalidade, etc., são consideradas tão relevantes quanto investimentos em habitação, educação, saúde ou transporte público. Nem sequer é computado trabalho doméstico que não seja feito por criadagem remunerada, por não envolver transações monetárias. Muito menos inclui depreciações de recursos naturais degradados por extração ou Poluição.

Enfim, como não faz distinções entre o que é produtivo ou destrutivo, ou entre despesas que elevem ou rebaixem a condição humana, o PIB só pode passar por medida de progresso e/ou prosperidade para quem nunca visitou sua cozinha. Claro, em sua defesa sempre poderá ser dito que não foi inventado para medir bem-estar ou qualidade de vida, mas tão somente para medir o crescimento do sistema econômico, meio sem o qual não se atinge tais fins.

Mas a armadilha não é desfeita, pois a ideia de riqueza que deu origem ao PIB foi excessivamente influenciada pela atmosfera da Segunda Guerra Mundial. Concepção que se tornou anacrônica, pois dá importância exclusiva à produção de mercadorias e ao capital físico. Por isso, o PIB per capita não é mais que uma aproximação extremamente precária da produtividade social. Só continua a reinar devido à fortíssima inércia institucional.

Tanta obsolescência não deixou de fazer emergir propostas inovadoras, que buscam impedir que a riqueza continue a ser medida por reles somatória de produtos mercantis. Todavia, por mais que tenham contornado dificuldades técnicas inerentes às rupturas conceituais assumidas, nenhuma dessas alternativas se mostrou suficientemente convincente ou persuasiva. Tanto é que o único outro indicador que conseguiu se legitimar, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), usa o PIB per capita para medir o nível de vida.

Ao mesmo tempo, foram ganhando alguma visibilidade índices divulgados por grandes organizações internacionais, dos quais o mais conhecido é com certeza a Pegada Ecológica, do WWF (World Wide Fund for Nature). E propostas desse tipo, que estão sendo chamadas de "indicadores socioambientais" poderão ter muito peso no debate já em curso na ONU sobre a Agenda Pós-2015, que deverá encontrar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que substituam os atuais ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio).

Como o desfecho desse debate poderá ter imenso alcance histórico, é fundamental que o Brasil se prepare para ser protagonista. Por isso está em marcha o projeto "Caminhos para o Futuro que Queremos", fruto de uma parceria entre o CEBRI e a KAS (Centro Brasileiro de Relações Internacionais e Fundação Konrad Adenauer), que lançam um estudo sobre o tema na tarde desta quinta-feira, 22, no auditório do IREL (UnB), em Brasília.

O evento, que é aberto ao público, debaterá a necessidade de superar a concepção de riqueza baseada na produção de mercadorias e no capital físico e de criar uma narrativa de progresso mais compatível com o século XXI, centrada na qualidade de vida das pessoas e na sustentabilidade do Meio Ambiente.

JOSÉ ELI DA VEIGA/COLUNISTA CONVIDADO - Professor dos programas de pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (IRI/USP) e do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)

Relatório da ONU sobre o clima aumentará culpa humana no aquecimento

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  • Rascunho do texto a ser apresentado em setembro estima elevação dos oceanos em até 90 centímetros, se nada for feito
  • Nível de probabilidade de que humanidade influenciou nas mudanças climáticas subiu para 95%
O Globo (Email)
Publicado: 19/08/13 - 19h55
Atualizado: 19/08/13 - 20h05
  Fábrica chinesa emite carbono na atmosfera; rascunho de relatório sobre clima aumenta certeza de ação humana sobre aquecimento global  Foto: Agência O Globo
Fábrica chinesa emite carbono na atmosfera; rascunho de relatório sobre clima aumenta certeza de ação humana sobre aquecimento global Agência O Globo
RIO- O time internacional de cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) deixou vazar ontem um rascunho de seu relatório a ser apresentado às Nações Unidas no mês que vem. Nele há novos cálculos sobre o quanto o nível dos oceanos pode aumentar até 2100: 25,4 centímetros, se os governos conseguirem frear o ritmo de emissões dos gases do efeito estufa; ou entre 53,3 cm até 90cm, caso as emissões continuem a crescer no passo em que está.

O nível de certeza sobre a responsabilidade humana no aumento de temperatura das últimas décadas também foi corrigido, para cima. Da faixa entre 90% e 100%, no último relatório, de 2007, para a faixa entre 95% e 100%.

Os cientistas descartam amplamente a tendência mostrada pela recente freada do ritmo do aquecimento — frequentemente citada por céticos às mudanças climáticas — e atribuiu o fenômeno a prováveis fatores de curto prazo. O relatório enfatiza que os fatores básicos que contribuem para a preocupação quando ao futuro das mudanças climáticas estão mais firmes que nunca, e reitera que as consequências das emissões provocadas pelo homem podem ser profundas.

"É extremamente provável que a influência humana no clima causou mais da metade da média de aumento da temperatura global em sua superfície entre os anos de 1951 e 2010" diz o rascunho. "Há grande validade de que isso (a influência humana) aqueceu o oceano, derreteu neve e gelo, aumentou a média global do nível do mar e mudou alguns extremos climáticos na segunda metade do século XX".

A expressão "extremamente provável" é mais forte que na último relatório das Nações Unidas, publicado em 2007.

Em outra questão, os autores deram uma leve recuada em relação à posição de 2007. Sobre quanto o planeta poderia aquecer se os níveis de dióxido de carbono na atmosfera dobrassem, o relatório anterior traçava qualquer estimativa de até dois graus centígrados. O novo rascunho diz que o aumento será abaixo de 1,5 grau, o que retoma em sua essência o consenso científico que prevaleceu entre 1979 e 2007.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/relatorio-da-onu-sobre-clima-aumentara-culpa-humana-no-aquecimento-9617751#ixzz2cjSVFtQv

Sexo funciona? Veja como o marketing tem explorado o erotismo na publicidade

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O apelo sexual em propagandas é comum e, às vezes, inevitável. Conheça a cronologia da aplicação desse recurso e entenda por que (e como) ele é tão explorado desde os tempos de antanho

Eber Freitas, Revista Administradores, 23 de novembro de 2011
"(...) Voltou a focalizar os anúncios do lado oposto da rua. Tinha as suas razões particulares para odiá-los. Mecanicamente, releu os slogans. 'Borgonha Kangaroo - o vinho para os britânicos', 'A asma a estava sufocando!', 'O Molho Q.T conserva o sorriso do marido', 'Passe o dia inteiro com um tablete de Vitamalt', 'Curve Cut - O cigarro dos esportistas'".
O trecho do livro "Keep the Aspidistra Flying", do britânico Eric Arthur Blair*, demonstra como a persuasão era trabalhada no marketing nos idos anos de 1936. A "sensualidade" expressa no terceiro slogan representa o papel da mulher numa sociedade patriarcal e como os fatores sociais, culturais e antropológicos impactaram a produção publicitária de um recorte histórico – sobretudo quando estamos falando de apelo sexual nos anúncios.

"O uso do sexo na propaganda não é recente. Isso porque a utilização de tal apelo pelos publicitários pode ser considerado como um reflexo, um espelho da vida na sociedade. Neste contexto, o corpo foi transformado em um dos principais símbolos e objetos vendáveis e cultuáveis do mundo capitalista", afirma Martin Petroll, doutor e autor de pesquisas na área de Marketing e Propaganda.
sexo na publicidade
Divulgação

A publicitária Suzane Barros, sócia-diretora da Agência Dádiva, acredita que esse tipo de apelo é inevitável quando o serviço oferecido pelo cliente exige uma dose de erotismo, como é o caso de motéis. "Cabe aos órgãos responsáveis fiscalizar os meios de comunicação para que a propaganda não seja veiculada em horários impróprios", disse. Mesmo sem atender a empresas cujo serviço demande esse tipo de recurso, ela explica que sempre é recomendável ao publicitário buscar soluções criativas, que evitem a utilização do sexo como ferramenta de marketing.


Mas o que é suficiente para caracterizar o apelo sexual em uma determinada propaganda ou ação de marketing? Apenas a nudez, a mais singela insinuação de sedução, ou também a ideia de que o uso daquele produto ou serviço irá culminar, cedo ou tarde, em uma relação sexual? Citando o estudioso Tom Reichert, autor da pesquisa "Sex in Advertising", Petroll afirma que a nudez é apenas uma das cinco formas de manifestação sexual nas propagandas realizadas pelas empresas.

A representação dos gêneros
Imagem: Divulgação
sexo na publicidade
Apesar de ter se modificado ao longo das décadas, assumindo abordagens cada vez mais ousadas, a representação do homem e da mulher, em muitos aspectos, permaneceu quase inalterada por muito tempo. "As atitudes do consumidor ante a propaganda e a marca serão positivas quando for veiculado um modelo do sexo oposto ao seu, e vice-versa", diz Martin, acrescentando que a reação pode ser mais ou menos positiva conforme o nível de nudez do modelo, sempre do gênero oposto. "A única exceção ocorre quando a consumidora está exposta a um anúncio contendo nudez parcial masculina, sendo ela mais favorável a esse tipo do que ao nu total masculino", explica.

Até hoje, em propagandas de determinados produtos, a mulher é mostrada por um viés de objeto, passivo, enquanto o homem é o sujeito, ativo no ato da conquista e da consumação, tal qual nos anos 1950. Para Petroll, "as propagandas brasileiras não costumam mostrar o homem como objeto de desejo no jogo da sedução, mas sim como conquistador, concomitante ao que a sociedade considera como comportamento sexual apropriado do homem e da mulher".

Porém, pode-se notar, cada vez mais, um papel ativo da mulher nas propagandas contemporâneas – e não apenas em publicidade de produtos de limpeza ou para o uso no lar, como costumeiramente se apregoa. Isso se deve, principalmente, aos movimentos de emancipação do sexo feminino, que tiveram início no começo do século passado, mas que receberam ampla adesão e participação de outros segmentos da sociedade a partir dos anos 1970.

"Nos últimos tempos, auxiliadas pela revolução sexual, houve uma mudança considerável no comportamento das mulheres, que – de esposas, mães, românticas, sonhadoras, passivas, doces e sensíveis – passaram a ter um comportamento mais ativo na sociedade por meio, principalmente, da inserção de sua força de trabalho no mercado. O homem também teve de mudar a sua postura, tanto em relação ao papel da mulher como em relação ao seu próprio papel dentro desse novo contexto", explica o pesquisador. Apesar desses fatores, ele complementa que a sociedade ainda atribui as velhas representações ao homem e à mulher.

Formas de manifestação sexual na propaganda
Imagem: Divulgação 
sexo na publicidade
1. Exibição do corpo
A nudez em si, a exploração do corpo humano e da sensualidade como finalidade do produto ou serviço anunciado; sua transformação em símbolo de culto e comércio.
2. Comportamento sexual
Consiste na interação entre os modelos nas propagandas, a insinuação, a provocação, o flerte. É a utilização mais frequente e mais apelativa.
3. Fatores contextuais
São aspectos não inerentes aos modelos em si, mas às situações e locais ou, até mesmo, às técnicas de produção, como o movimento das câmeras.

4. Referências sexuais
Sugere ou insinua o sexo através de formas verbais e/ou visuais, com mensagens de duplo sentido. Petroll destaca que "um exemplo clássico de referências sexuais numa propaganda data dos anos 1980, quando a Calvin Klein veiculou a uma campanha da então desconhecida modelo Brooke Shields vestindo jeans com a seguinte pergunta: 'Você quer saber o que existe entre mim e a minha Calvin? Nada!'. O impacto da frase de duplo sentido foi enorme, graças também a alguns fatores contextuais, como o movimento da câmera, que trilhava o corpo da modelo verticalmente, bem devagar.
sandy
Campanha da cerveja Devassa/Imagem: divulgação





 

5. Formas subliminares
Explora o inconsciente do usuário, implantando mensagens visuais que lembram partes íntimas do corpo de forma imperceptível a olho nu. "Esse reconhecimento inconsciente é sexualmente provocativo e motivante, apesar de o indivíduo muitas vezes não estar consciente das associações sexuais do objeto e dos conteúdos simbólicos", explica.

Cases
(Anos 1950)
  • O homem de meia-idade, charmoso e sedutor, que atrai olhares inocentes das garotas, que ficam enrubescidas. O sexo masculino tem papel ativo e extremamente dominante na relação, enquanto a mulher é a feliz dona de casa, são fatores que ressaltam a ordem moral pretendida pela sociedade nos anos 1950 – sobretudo, pelas classes mais elevadas.
(Anos 1960)
  • A liberdade sexual e a pressão crescente do feminismo forçam a sociedade a atribuir à mulher um papel cada vez mais protagonista, pelo menos em alguns aspectos, como se percebe na propaganda do higienizador íntimo Tasmin. Há uma ligeira insinuação, quase despercebida, que relaciona o produto ao órgão genital. O papel dominante do sexo masculino ainda é facilmente perceptível.
Imagem: divulgação
sexo na publicidade
(Anos 1970)
  • Os fabricantes de calças jeans aproveitam o período de liberação sexual e rompimento dos velhos paradigmas para ousar na propaganda dos seus produtos. E haja ousadia.
(Anos 1980)
  • A memorável propaganda do sutiã Valisère é um marco da publicidade tupiniquim. O corpo feminino não é mais apenas um objeto de desejo, e sim um organismo com necessidades e vontades particulares, algumas (ou muitas) das quais não podem ser supridas pelo homem. Os norte-americanos suspiram com a então jovem atriz Brooke Shields no marcante comercial da Calvin Klein.
(Anos 1990)
  • Um copo de cerveja na mão é garantia de mulher na cama, certo? Para os publicitários e fabricantes de cerveja, sim. Pelo menos até o Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) bater em cima, em 2007. Desde 1997, a Skol utilizava o slogan "a cerveja que desce redondo" associado ao corpo feminino como fonte de prazer e luxúria. As mulheres, obviamente, nunca gostaram disso.

  • Mulheres sensuais e motos possantes: uma combinação que não falha nunca em campanhas para máquinas de duas rodas. Em 2008, a modelo norte-americana Marisa Miller protagonizou uma ação para a Harley Davidson, na qual suas curvas se confundem com as da poderosa V-Rod Muscle.
  • Para não cair no clichê da sensualidade nas propagandas de cerveja, a marca Devassa fez uma ação criativa e viral: usou a imagem da cantora Sandy, conhecida pela fama de boa moça, com a chamada "todo mundo tem um lado devassa", explorando o contraste entre o puro e o profano. A ação foi um sucesso nas redes sociais e a campanha permaneceu por vários dias entre os temas mais comentados no Brasil.
  • Propagandas de perfumes, loções, hidratantes ou desodorantes normalmente têm como objetivo atiçar os sentidos do usuário, provocando-o com uma dose variável de erotismo. A divulgação do Axe Excite foi mais além e atribuiu uma masculinidade tão inconteste ao consumidor que até o mais raquítico dos homens torna-se um garanhão. A mesma marca já fez uma campanha semelhante: lembram do elevador?
* As versões brasileiras foram publicadas com dois títulos: "Mantenha o Sistema" (editora Hemus) e "Moinhos de Vento" (editora Nova Fronteira). Blair é mais conhecido pelo seu pseudônimo, George Orwell.

O planejamento de recursos humanos e o gestor de pessoas

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Flavio Andrade, 17 de agosto de 2013

As empresas em geral, sejam pequenas, médias ou grandes para realizar seus objetivos, metas e às vezes estratégias, se apóiam em um forte planejamento seja em nível macro, isto é, formatado para o ramo de negócio em  que atuam, seja em nível micro, para determinada área da administração; pode ser na área de marketing, produção, qualidade, bem como na área de pessoas.

Não basta apenas que a gestão elabore o planejamento, pois, o problema da ineficácia deste não está em sua formatação, mas sim na sua execução. Isso mesmo, eu explico: o problema está na implementação e não propriamente na implantação, tanto isso se confirma, que qualquer pessoa com noções mínimas de administração e que já atue na área pode montar um planejamento. É claro que os tipos de planejamento em sua abordagem geral: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional são distintos, em forma, amplitude, tempo de aplicação e desenvolvimento e até mesmo do nível em que se encontram os colaboradores.

O departamento/setor de recursos humanos, dependendo do tamanho e da complexidade da empresa necessita ter uma equipe de trabalho multiprofissional para que o planejamento possa ser bem realizado, como por exemplo: administradores, assistentes de rh, psicólogos, etc. O planejamento de recursos humanos pode e deve estar relacionado aos seus processos da gestão de pessoas, mas para isso ele deve estar alinhado à toda filosofia da organização. Muitas empresas conseguem elaborar bons programas de treinamento e desenvolvimento, programas de cargos, carreiras e salários, programas de avaliação de desempenho com ajuda dos profissionais experientes e com expertise no assunto. Perceba, caro leitor, que os vários profissionais eu a organização possui devem inovar para obter êxito e considerar que em se tratando de inovação, máquinas não inovam, somente pessoas.

Citamos como exemplo de planejamento que necessariamente deve ser elaborado pelo gestor de pessoas com ajuda dos profissionais envolvidos, o planejamento de recrutamento e seleção. Deve-se então, neste caso particular não se esquecer de realizar a pesquisa, considerando os ambientes interno e o externo. Para a pesquisa interna deve-se considerar a necessidade desse recrutamento, isto é, torna-se imprescindível por vezes avaliar o desempenho dos colaboradores, caso não haja um feedback positivo apoiar-se numa possível captação de pessoas, outro ponto é: deve-se recrutar mesmo neste período atual ou pode-se esperar mais um tempo? o perfil que destaca habilidades e competências do futuro colaborador que ocupará o cargo já foi analisado? Sobre o ambiente interno o gestor já considerou a análise do mercado profissional de rh, isto é,  existe mesmo este profissional?

Como podemos notar, o planejamento envolve muitas questões que devem ser analisadas antes de se realizar certas ações pelo gestor de Rh e sua equipe. De certo, a área de RH tem seus conflitos com a área financeira. Nem sempre o que o Rh deseja realizar a empresa terá condições de bancar. Muitas vezes os próprios gestores financeiros alertam para alguns gastos desnecessários que podem ser evitados pela gestão de RH. O planejamento envolve recursos financeiros e é por isso que destacamos aqui esta questão.
Ótimos planejamentos de recursos humanos são elaborados e realizados quando se têm bastante informação do que se pode ou não fazer realmente em detrimento das condições que se encontra a organização.

Mais do que planejar para o futuro considero importante o pensamento de realização concreta para o futuro. Entenda: não basta apenas pensar que se pode recrutar, selecionar, treinar, contratar, efetivar uma progressão salarial ou ainda uma transferência. O gestor de Rh deve ter claros os objetivos da área, e estes devem estar casados com o que a organização deseja, espelhando-se na política, valores, missão, visão já previamente formalizados.

Devemos sempre lembrar que a condição de sucesso de um planejamento se apóia inicial e necessariamente no profissional que está à frente desse processo e para isso, em se tratando da gestão de pessoas levamos em consideração que somente as habilidades conceituais e técnicas não são inteiramente suficientes, não podemos descartar as habilidades humanas, pois estas são as que estão ligadas diretamente à inteligência emocional e a capacidade de resolução de conflitos. As organizações necessitam equilibrar idéias, emoções e situações desagradáveis e não dá para ajustar isso se estas não tiverem a pessoa certa. 

A importância da visão estratégica

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Quando o sonho do empreendedor não contribui para a realização do sonho dos empregados, fica quase impossível mobilizá-los para conquistar o seu

Jerônimo Mendes, 19 de agosto de 2013
Pensar de maneira estratégica é a coisa mais difícil do mundo, principalmente, para quem não é dono da empresa tampouco diretor ou gerente. Em geral, os valores pessoais dos empregados têm pouco a ver com os valores escolhidos pela organização.

De fato, são poucas as empresas levam a sério a questão do plano estratégico. Somente as empresas mais consolidadas, de médio e grande porte, adotam a ferramenta como um orientador. Na maioria das vezes, elas concentram a energia nos objetivos financeiros e se esquecem das pessoas embora se refiram a elas como talentos, o seu maior ativo.

Em geral, as que adotam, o fazem por modismo, pecam na falta de disseminação dos resultados do planejamento e, acima de tudo, ignoram o plano de ação. Nenhum plano estratégico sobrevive à falta de plano de ação.

Por experiência, posso dizer que a maioria das pessoas não se empolga com as diretrizes organizacionais. Visão, missão, valores e políticas não cabem nas mentes essencialmente operacionais, pois, de certa forma, mexem com a zona de conforto e exigem mudança de modelo mental. Uma coisa é ser o dono, outra coisa é ser um empregado comprometido com os interesses do dono.

Por essa razão, a maioria conspira, reclama da empresa e considera tudo isso uma grande bobagem, afinal, boa parte delas pessoas está no cargo, mas não está na empresa, razão pela qual o compromisso com os resultados também é mínimo.

Quando eu pergunto para as pessoas se elas conhecem a visão, a missão e os valores da empresa, menos de 10% dizem que sim. Por que razão isso acontece? Algumas prováveis respostas: a empresa não é delas; os valores não batem; elas não participaram do evento de elaboração do plano estratégico; a empresa tem por que faz parte do método; não houve disseminação etc.

Tudo isso serve apenas para consolidar as fontes de complacência na organização e a questão ainda é crucial para muitas empresas: quem não sabe para onde vai, qualquer lugar serve. Quanto mais a empresa é favorecida pelas circunstâncias econômicas, mais ela ignora isso.

Quem não pensa de maneira estratégica nunca será capaz de conceber e gerir negócios por conta própria. Isso requer lidar com variáveis que vão além do conhecimento técnico e das habilidades gerenciais. Tem a ver com a emoção, o sonho, o idealismo, o sentido de contribuição e a vontade de querer fazer as coisas da melhor maneira possível.

No papel de empreendedor, não há como não pensar no futuro do seu negócio, o que, por sua vez, exige pensamento estratégico. Seus empregados nunca farão esse papel por você se não forem estimulados a comprar parte do seu sonho, afinal, eles tem sonhos próprios.
Por essa razão, eles ainda são empregados e não empreendedores. Parece duro, mas é difícil mobilizar as pessoas para se apaixonarem por algo que não saiu da cabeça delas. Se o seu sonho não contribui para a realização do sonho dos empregados, fica quase impossível mobilizá-los. A maioria não tem sonho algum, apenas sobrevive do sonho alheio.

Tudo isso importa em parte. O que importa de fato é a sua determinação em fazer do seu negócio uma referencia e a sua capacidade de mobilizar ou substituir rapidamente aqueles que não contribuem para o desenvolvimento do seu negócio.

De acordo com Peter Drucker, empreendedores bem-sucedidos, seja qual for a sua motivação pessoal – poder, fama, dinheiro, curiosidade ou desejo de reconhecimento -, tentam criar valor e fazer uma contribuição efetiva para a sociedade.

A única maneira de fazer isso é pensar de maneira estratégica e sonhar aquilo que todo mundo sonha, mas não tem coragem de realizar, afinal, mudar, gerar negócios, criar empregos e prosperar requer muito mais do que correr atrás de salário, benefícios, status e crachá.

Pense nisso e empreenda mais e melhor!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A importância da visão estratégica

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Quando o sonho do empreendedor não contribui para a realização do sonho dos empregados, fica quase impossível mobilizá-los para conquistar o seu

Jerônimo Mendes, 19 de agosto de 2013
Pensar de maneira estratégica é a coisa mais difícil do mundo, principalmente, para quem não é dono da empresa tampouco diretor ou gerente. Em geral, os valores pessoais dos empregados têm pouco a ver com os valores escolhidos pela organização.

De fato, são poucas as empresas levam a sério a questão do plano estratégico. Somente as empresas mais consolidadas, de médio e grande porte, adotam a ferramenta como um orientador. Na maioria das vezes, elas concentram a energia nos objetivos financeiros e se esquecem das pessoas embora se refiram a elas como talentos, o seu maior ativo.

Em geral, as que adotam, o fazem por modismo, pecam na falta de disseminação dos resultados do planejamento e, acima de tudo, ignoram o plano de ação. Nenhum plano estratégico sobrevive à falta de plano de ação.

Por experiência, posso dizer que a maioria das pessoas não se empolga com as diretrizes organizacionais. Visão, missão, valores e políticas não cabem nas mentes essencialmente operacionais, pois, de certa forma, mexem com a zona de conforto e exigem mudança de modelo mental. Uma coisa é ser o dono, outra coisa é ser um empregado comprometido com os interesses do dono.

Por essa razão, a maioria conspira, reclama da empresa e considera tudo isso uma grande bobagem, afinal, boa parte delas pessoas está no cargo, mas não está na empresa, razão pela qual o compromisso com os resultados também é mínimo.

Quando eu pergunto para as pessoas se elas conhecem a visão, a missão e os valores da empresa, menos de 10% dizem que sim. Por que razão isso acontece? Algumas prováveis respostas: a empresa não é delas; os valores não batem; elas não participaram do evento de elaboração do plano estratégico; a empresa tem por que faz parte do método; não houve disseminação etc.

Tudo isso serve apenas para consolidar as fontes de complacência na organização e a questão ainda é crucial para muitas empresas: quem não sabe para onde vai, qualquer lugar serve. Quanto mais a empresa é favorecida pelas circunstancias econômicas, mais ela ignora isso.

Quem não pensa de maneira estratégica nunca será capaz de conceber e gerir negócios por conta própria. Isso requer lidar com variáveis que vão além do conhecimento técnico e das habilidades gerenciais. Tem a ver com a emoção, o sonho, o idealismo, o sentido de contribuição e a vontade de querer fazer as coisas da melhor maneira possível.

No papel de empreendedor, não há como não pensar no futuro do seu negócio, o que, por sua vez, exige pensamento estratégico. Seus empregados nunca farão esse papel por você se não forem estimulados a comprar parte do seu sonho, afinal, eles tem sonhos próprios.

Por essa razão, eles ainda são empregados e não empreendedores. Parece duro, mas é difícil mobilizar as pessoas para se apaixonarem por algo que não saiu da cabeça delas. Se o seu sonho não contribui para a realização do sonho dos empregados, fica quase impossível mobilizá-los. A maioria não tem sonho algum, apenas sobrevive do sonho alheio.

Tudo isso importa em parte. O que importa de fato é a sua determinação em fazer do seu negócio uma referencia e a sua capacidade de mobilizar ou substituir rapidamente aqueles que não contribuem para o desenvolvimento do seu negócio.

De acordo com Peter Drucker, empreendedores bem-sucedidos, seja qual for a sua motivação pessoal – poder, fama, dinheiro, curiosidade ou desejo de reconhecimento -, tentam criar valor e fazer uma contribuição efetiva para a sociedade.

A única maneira de fazer isso é pensar de maneira estratégica e sonhar aquilo que todo mundo sonha, mas não tem coragem de realizar, afinal, mudar, gerar negócios, criar empregos e prosperar requer muito mais do que correr atrás de salário, benefícios, status e crachá.

Pense nisso e empreenda mais e melhor!