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terça-feira, 22 de março de 2011

Sustentabilidade: o imperativo dos negócios em um mundo interdependente

Para Carmem Castro, o equiilíbrio entre o compromisso e as ações é o que permeia a concretização das ações sustentáveis da empresa. Confira!

A sustentabilidade surge como princípio fundamental para quem quer fazer negócio num mundo interdependente, sendo o alicerce para que as empresas mapeiem seu roteiro futuro.

O processo de globalização e a mundialização aos quais as organizações têm sido submetidas vêm demandando reação a questões relacionadas com o tripé da sustentabilidade e modificando a maneira como essas empresas se relacionam com o mundo ao seu redor.

Segundo Savitz (2007, p. 7), as empresas mais bem gerenciadas, grandes e pequenas, estão reagindo a esses desafios e esse processo de mudança tem sido acelerado com o advento da tecnologia da informação e internet.
Isso porque, um mundo mais globalizado, interconectado e, por sua vez, mais competitivo, o resultado financeiro deixa de ser o único e mais importante critério de avaliação de sucesso de uma organização.

Dentro dessa nova lógica de gestão, a empresa sustentável será aquela que, além de gerar lucro para os acionistas, conseguirá, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com as quais mantém interação, aliando os interesses dos negócios aos interesses do meio ambiente e da sociedade. O resultado dessa união será a geração de oportunidades e a perpetuação do sucesso.

Todas essas mutações do ambiente empresarial têm contribuído para que o paradigma emergente da sustentabilidade se transforme em tendência dominante.

Assim, a maneira como as empresas conciliam e gerenciam objetivos comerciais e questões ambientais, sociais e econômicas torna-se parte fundamental da qualidade gerencial contemporânea, não só para a geração de lucro, mas para o sucesso organizacional.

Os dois principais componentes que precisam ser observados para a sustentabilidade são o impacto sobre o lucro (a lucratividade) e o impacto sobre o mundo (os benefícios sociais).

O que precisa estar claro é que a adoção de uma estratégia sustentável para os negócios aumenta não só o valor para os acionistas, mas cria também condições mais saudáveis para a operação das empresas. Assim, como observa Savitz, os gestores "precisam compreender essa transformação e convertê-la em vantagem para suas organizações".

No entanto, muitos líderes de negócios ainda compreendem a sustentabilidade de maneira superficial e ignoramseus princípios, transformando suas ações, em filantropia, o que é um grande erro.

O princípio da sustentabilidade nas estratégias de negócios das empresas implica em ações que não sejam de curto e médio prazo. São ações pontuais que visam não apenas o viés econômico (lucro).

Para Nogueira (2004, p. 5), "o que está em jogo não é somente a adesão a um movimento que tem ganhado força ao longo dos últimos anos e sim a filosofia da empresa e as razões que orientam suas escolhas".

Por isso o equilíbrio entre o efetivo compromisso da organização com a sociedade e a conciliação dos objetivos econômicos, ambientais e sociais, fará diferença frente às ações de investimento temporário.

Este objetivo não deve estar alicerçado na mera obtenção de ganhos de imagem, uma vez que, segundo Nogueira (2004, p. 7), poderá frear a racionalidade econômica que norteia as ações empresariais nos dias de hoje. No contraponto, ela pode sim gerar oportunidades que deem à sua organização uma vantagem competitiva sustentável.


Carmem Castro é Mestre em Ciências Sociais com ênfase em Sociologia Organizacional e professora do IBGEN (Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios) carmem.lcastro@terra.com.br

Fonte: Agenda Sustentável.

Referências
SAVITZ, Andrew W. A empresa sustentável. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Portal HSM
23/02/2011

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