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terça-feira, 19 de abril de 2011

Néctar da Amazônia

segunda-feira, 11 de abril de 2011
 





Mel de abelhas sem ferrão? 
 
Eu desconhecia esta iguaria de nossas florestas até que recebi uma amostra do produto oriundo das savanas amazônicas. O Nectar da Amazônia é um mel manejado pelas comunidades quilombolas do Amapá, onde o Instituto Peabiru desenvolve o Programa de Abelhas Nativas. Vale a pena provar, por muitas razões.

Suas características o diferenciam do mel tradicional. Tem um aroma suave e único de flores. O paladar é levemente ácido, devido à maior concentração de água, o que o torna menos enjoativo. A cor tem um dourado  marcante. É ótimo para adoçar alimentos e bebidas e vai bem com pães, substituindo a geléia.

É considerado um mel heterofloral, pois as abelhas Meliponina, como a Melipona paraensis, são os principais agentes polinizadores de inúmeras plantas nativas da Amazônia. Contribuem para a reprodução de frutíferas comuns à dieta da região, como açaí, bacaba, goiaba, taperebá, tucumã, ingá e murumuru.

O produto ainda é terapeutico, frequentemente utilizado por populações tradicionais locais como expectorante, devido a suas propriedades antibacterianas, antibióticas e anti-oxidantes. "Cientificamente, já sabemos que os méis das abelhas sem ferrão são ricos em flavonoides," explica Richarson Frazão, Gerente do Programa de Abelhas Nativas no Peabiru.

Pesquisadores, indústria e consumidores têm se interessado pelos compostos flavonoides por seu papel na prevenção do câncer, das doenças cardiovasculares e suas propriedades antienvelhecimento.

O trabalho que o Peabiru está orientando ajuda a conservar oito espécies de abelhas sem ferrão e envolve mais de 250 comunitários, além de 70 indígenas, nos estados do Amapá e Pará.

As abelhas sem ferrão são manejadas em caixas de madeira, conhecidas como colmeias racionais.  De modo geral, são bastante dóceis e de fácil manejo. Dispensam o uso de roupas e equipamentos de proteção tais como macacão, luvas, máscaras e fumegadores. Isso reduz os custos da operação produtiva e permite que essas abelhas sejam mantidas perto de residências ou de criadouros de animais domésticos. Como não exige força física ou dedicação prolongada, a criação de abelhas sem ferrão pode ser facilmente executada por jovens, mulheres e idosos.

Outro ponto forte do produto é a embalagem feita de miriti, uma fibra da palmeira também conhecida por buriti. O resultado é um estojo muito leve e eficiente, uma espécie de isopor natural, produzido pelos artesãos do Pará. Tanto o estojo quanto o rótulo do vidro de mel foram personalizados. O rótulo carrega a criatividade artística das crianças que desenharam a paisagem de suas comunidades refletindo a origem do produto. A embalagem, por sua vez, leva o selo do Fundo Vale, organização que comprou um lote do mel para brindar seus parceiros institucionais. O desenvolvimento da embalagem ficou por conta da Mapinguari Design.

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