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quinta-feira, 5 de abril de 2012

A subjetividade nos bastidores das entrevistas

Cada vez mais os candidatos têm buscado um retorno mais completo sobre o seu desempenho nos processos seletivos e, principalmente, sobre os motivos que os desclassificaram. Percebo também, muitas vezes, a frustração por não entenderem os critérios avaliados na entrevista.

O fato é que existe muita subjetividade por trás de um processo seletivo. Creio que muitos já tenham passado pela experiência de acreditar que é a pessoa ideal para a posição preterida, mas por algum motivo desconhecido não foi aprovado. Surgem então os questionamentos sobre a equidade ou capacidade técnica de avaliação do selecionador - embora apenas uma pequena porcentagem desses questionamentos chegue ao nosso conhecimento.

Gostaria de expor algumas razões que, ao longo da nossa experiência, pudemos constatar. Primeiramente, os critérios de avaliação, na maioria das vezes, não podem ser revelados ou abertos, para que, desta maneira, seja possível identificar no profissional estas características intrínsecas. Um exemplo comum é quando a empresa que está contratando possui um plano estratégico incompatível com as metas profissionais ou pessoais que o candidato apresentou.

Constantemente nos deparamos com perfis muito variados. Há profissionais dinâmicos, arrojados, empreendedores, com grandes aspirações de crescimento. Se considerarmos uma empresa de estrutura mais burocrática e processos conservadores, com certeza a organização teria dificuldades em administrar a necessidade de crescimento de profissional desses em um médio prazo – além disso, o profissional teria uma frustração grande em não conseguir implementar ou utilizar seu grande potencial. É nestas horas que o filtro é aplicado no processo de seleção. Desta maneira, é possível garantir que o temperamento e expectativas do profissional vão de encontro às necessidades da empresa e ambos se correspondam, minimizando a chance de insatisfação, frustração ou incompatibilidade após o início das atividades do recém-contratado.

Os exemplos são poucos, mas já servem para entender que, por melhor que um profissional seja, nem sempre um currículo farto e uma mente ligeira garantirão a vaga desejada. Na lista destes requisitos “subjetivos” podem estar inclusos os valores, maneira de se relacionar, modelo de gestão, nível de pressão, velocidade, excesso de controle, falta de processos, administração de carreira, identificação com o negócio, enfim. Trata-se de uma inumerável quantidade de itens que não estão descritos em editais, currículos ou avaliações comportamentais, mas que são profundamente analisados nas entrevistas.

Por fim, ser reprovado no processo de seleção não significa falta de competência, comportamento inadequado, necessidade de desenvolvimento ou falta de conhecimento técnico. Acredite, a seleção criteriosa de verdade visa ao máximo a exatidão para garantir a satisfação plena de ambas as partes: empresa e profissional.

Jéssica Monteiro
Consultora de Executive Search
De Bernt Entschev Human Capital
jessica@debernt.com.br
(41) 3071-5800

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