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terça-feira, 20 de novembro de 2012

10 anos a mil: como as mudanças estão acontecendo em um ritmo cada vez mais veloz

18 de novembro de 2012, às 16h15min

Muitas vezes não percebemos, mas um simples olhar a meros dez anos atrás nos mostra que o mundo de hoje mudou tanto quanto nos 20 ou 30 anos anteriores a estes dez anos

Como atividade profissional, tenho muitos contatos com executivos, tanto de TI como das áreas de negócio. Também leio muito sobre inovações e os impactos das Tecnologias da Informação nas empresas. E observei um fenômeno: as mudanças estão ocorrendo em todos os setores de negócio e em ritmo cada vez mais acelerado.

Muitas vezes não percebemos, mas um simples olhar a meros dez anos atrás nos mostra que o mundo de hoje mudou tanto quanto nos 20 ou 30 anos anteriores a estes dez anos. E nos próximos dez as mudanças serão equivalentes aos últimos 50 anos. Impressionante, mas este ritmo alucinante está sobre nós.


Um exemplo, em setembro de 2011 quando estava vendo os documentários da televisão que abordavam o fatídico setembro de 2001 e o atentado às Torres Gêmeas, em New York, , lembrei que o nosso dia a dia de hoje, com iPod, iPhone e iPad não existia em 2001. O Youtube, o Facebook e o Twitter também não. O Google era apenas um ilustre desconhecido e novo buscador que poucos conheciam.

Estamos entrando em uma era de crescimento acelerado em inovações tecnológicas. Os efeitos transformacionais destas inovações são impactantes. Por exemplo, à medida que as fontes mais antigas e tradicionais de crescimento econômico, baseadas na sociedade industrial, vão diminuindo, as perspectivas de dinamismo e prosperidade dependerão muito mais do empreendedorismo que explore e estenda as fronteiras tecnológicas.

Surge uma questão paradoxal: para sustentar o progresso da sociedade precisamos por fim ao velho e dar espaço e estar aberto ao novo. Na verdade, é constatação prática formulada por Joseph Schumpeter em seu conceito de destruição criativa. Suas ideias estão perfeitamente alinhadas com o momento atual. Estamos diante de um cenário onde as fronteiras da inovação tecnológica e social estão sendo cada vez mais ampliadas. As inovações tecnológicas estão aí, palpáveis e produzem quase que diariamente novas idéias e paradigmas. A rápida disseminação, em âmbito mundial de midias sociais e dispositivos móveis estimula a tomada de decisões descentralizadas, porém mais engajadas e conectadas. Estas mudanças afetam todas as empresas. Seus modelos organizacionais e de gestão devem ser repensados. Até as empresas mais bem estabelecidas, para terem chance de sucesso neste novo mundo, precisam estar plenamente dispostas a envolver-se em destruição criativa e reinventar-se de cima a baixo.

Inovação sempre existiu no mundo. Se um indivíduo que vivesse na Terra na virada do século XIX para o XX viajasse pelo tempo e caisse de supetão em 1950 ficaria espantado com as tecnologias à sua volta. Em vez de carruagens puxadas por cavalos veria ruas e estradas apinhadas de carros, caminhões e ônibus. Veria imensos edificios de dezenas de andares e pontes gigantescas em rios e baías que permitiam seu cruzamento onde antes eram necessarios barcos para atravessar de um lado para o outro. Aviões levando centenas de passageiros de um continente o outro em horas e não longos dias. E em casa veria maravilhas como aparelhos de TV, refrigeradores, máquinas de lavar roupa, e assim por diante. Supermercados ao invés de pequenos mercadinhos e doenças que antes eram fatais evitadas com simples injeções ou comprimidos.

O que temos de diferente hoje são os meios de comunicação e colaboração e a velocidade com que as inovações aparecem. O conhecimento é um recurso infinito e dinâmico, gerado e potencializado pelas atividades de colaboração, sejam estas internas ou externas à empresa. Conhecimento e informação são diferentes. Conhecimento é uma informação validada e aplicada em algo prático. Conhecimento não é pré-existente. Ele é gerado quando equipes de trabalho se engajam em um problema e geram uma solução. E ao contrário de um bem físico, o conhecimento aumenta de valor quando é usado, compartilhado e incrementado por novas interações. E colaboração é a base para tornar o conhecimento vivo. A troca de informações entre pessoas leva à inovação e à geração de novas ideias. Inovação não floresce em um ambiente isolado e fechado!

O resultado destas rápidas transformações e inovações se refletem em números como o tempo médio de uma empresa no S&P 500, que em 1935 era de 90 anos, depois passou para apenas 30 anos em 1975, e meros 15 anos em 2005.

Temos que nos acostumar com a velocidade que a Internet cria e destrói negócios no mundo cada vez mais digital. Isso nos faz pensar. Será que sucessos como o Google e o Facebook estarão entre nós daqui a meros dez anos? Há décadas as gerações viviam mais ou menos de forma similar. Hoje, em poucos anos as mudanças tecnológicas afetam a maneira de ser e pensar de uma geração para outra. E as empresas tecnológicas que fazem sucesso em uma, não necessariamente sobrevivem aos desejos e expectativas da outra geração. Entre 1994 e 2001 as empresas lideres no mundo da Internet eram Yahoo, Netscape e AOL. O Google estava nascendo. Hoje estas pioneiras são simples sombra do que foram. A partir de 2005 as midias sociais começaram a ser o foco de atenção da Internet e vimos surgirem empresas como Twitter e Facebook. As empresas da geração anterior não conseguiram se adaptar ao mundo da Internet social, como o exemplo do proprio Google que não conseguiu chegar perto do sucesso do Facebook com suas iniciativas próprias como Orkut e Google+. E agora vemos a era da mobilidade e com ela novos negócios surgindo a uma velocidade tal que empresas de sucesso de poucos anos atrás como o Facebook estão tendo dificuldades de acompanhar. O impressionante é que tudo isto aconteceu em pouco mais de uma década.

Portanto, novos tempos, novas maneiras de pensar. Talvez estejamos às portas de um nova revolução de tanto impacto na sociedade como foi a industrial, no século XIX. Só que ao invés de máquinas a vapor teremos informação e conhecimento como molas propulsoras. E a Internet como plataforma de ligação da sociedade.

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