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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Qual o perfil de nossos alunos? O que o mercado espera? - Administração do 3º milênio: A visão holística (Nosso tema do PI)

Que tal criar talentos?

"Precisamos desenvolver pessoas com atitude de aprender rápido, é isso o que distingue da grande massa os Bills, os Steves e os Marks (Bill Gates, Steve Jobs e o Mark Zuckerberg)"

Cristiane Ornelas, 5 de fevereiro de 2013

A grande maioria das organizações, hoje, buscam formas de reter seus talentos. Esta busca predomina naqueles que possuem uma formação acadêmica, mas que em sua grande maioria, não possuem um talento que deve ser intrínseco. O talento de agir de acordo com a mudança, pois nenhuma boa universidade os prepara para isso. No universo acadêmico não se obtém a prática da mudança e até que esta venha a se tornar didática, o mundo dos negócios já foi alterado uma, duas, dezenas  de vezes e o que foi aprendido se  torna obsoleto antes mesmo da formação.

Sempre me questionei porque as organizações não criam seus próprios talentos? Porque não desenvolvem profissionais, que de fato, irão corresponder no futuro suas necessidades? Por que não investem na prática em profissionais que estão buscando sua qualificação? Neste ponto me dirão, as empresas possuem programas de estágios e de trainer, exatamente com esse objetivo. E eu direi, isso não resolve o nosso problema! O fato é que quem deseja desenvolver uma carreira de sucesso no mundo dos negócios, deve ser desafiado, ser colocado em campo com experientes executivos e correr atrás de seu sucesso profissional. E isso não ocorre nos programas hoje existentes.

Verdade seja dita, as empresas querem profissionais qualificados sim, mas não os prepara. 

Querem salvadores, que cheguem prontos e embalados com formas milagrosas que irão colocar a organização no top de linha. E isso, simplesmente não existe. Para que um profissional hoje, coloque uma organização no topo, antes, ele precisa conhecer o negócio da empresa, seus colaboradores e fornecedores, reconhecer seus pontos fortes e fracos, estudando sua concorrência e somente depois desta vivência um executivo estará  preparado para chegar aos objetivos para o qual contratado. Essa é a real razão pela qual existe uma ciranda de talentos nas grandes organizações. Eles possuem talento sim, mas o mesmo nem sempre corresponde ao tipo de negócio  para o qual foram contratados.

Se as empresas de fato desejassem criar seus talentos, o fariam. E teríamos um leque muito maior de executivos preparados para o enfrentamento das exigências do mercado atual. Exatamente por não haver esta visão por parte das organizações é que estamos vivenciando uma era de completa escassez de talentos no mundo dos negócios. E os poucos existentes no mercado vendem seu talento a peso de ouro. O que penso ser um preço justo.

No mês de maio, li uma matéria na revista Época Negócios que me chamou a atenção logo que abri a página, o título era: - Que tal criar talentos? E logo a seguir vinha – Esqueça as universidades, essa é uma tarefa para as empresas. Esta era a chamada para a matéria de Alfredo Assumpção, autor renomado, conhecido por suas obras na área de negócios e reconhecido como um grande caça talentos de executivos. Pensei eu, ora bem, não sou mais eu quem diz, mas uma pessoa de renome então por que não falar do assunto? Por essa razão, procurei o autor  e solicitei sua autorização para trabalhar em cima de sua opinião no material aqui desenvolvido.

Irei transcrever aqui, alguns trechos desta matéria que julguei de fato pertinentes e que vão ao encontro a minha forma de pensar com relação a criação de talentos.


"Precisamos desenvolver pessoas com atitude de aprender rápido, é isso o que distingue da grande massa os Bills, os Steves e os Marks (Bill Gates, Steve Jobs e o Markuckerberg)."Conforme citado pelo autor, nenhum desses possuía nível superior completo, porém eles possuem algo em comum, a visão de futuro e uma propriedade em lidar com situações criticas estando preparados para as mudanças, adaptando-se a elas rapidamente. Esses talentos não foram criados da noite para o dia, foram trabalhados, foram lapidados pelas situações que vivenciaram, não possuíam uma total formação, mas possuíam uma grande vontade de fazer diferente aquilo que os outros faziam de forma igualitária. Aquela velha história de que em time que está ganhando não se mexe ou se sempre deu certo desta forma, por que mudar? Eles mudaram, inovaram e por seu trabalho são reconhecidos mundialmente.


Fico-me questionando, quantos Bills existem por aí, á espera de uma grande oportunidade de colocar sua ideia inovadora em ação? Diante das exigências do mercado,  de mais e mais formação acadêmica, estes Bills, ficam dizendo a eles mesmos que não possuem formação e por essa razão já foram descartados. É aí exatamente que entra a proposta do autor que penso ser esplêndida. Ele diz o seguinte: -"A busca do bem-estar da sociedade, com inventos e modelos de gestão, liderada por pessoas talentosas, deve ter origem em uma integração entre as escolas, os governos e as empresas. E como se faz isso?" Na opinião de Alfredo Assumpção, a receita é simples e na minha humilde opinião eficaz.

"A ideia é criar no Brasil um novo tipo de mestrado, voltado para estudantes egressos da graduação, que ao invés de se debruçarem em teorias, mergulhariam no mundo real, trabalhando dentro de empresas não como estagiários, mas com tarefas especificas e qualificadas, tendo como professores executivos experientes. Neste período, estes alunos receberiam bolsas custeadas pelas empresas. Em contrapartida, o governo abdicaria de cobrar encargos trabalhistas sobre o pagamento deste pessoal". 

(nota de Rui martins - por que não ousar mais e pensar tb na graduação? O Proj. Integrador já é um passo, mas pq o TCC não poderia ser um Plano de negócio, ao invés de um trabalho acadêmico que não tem nenhuma importãncia no mundo real das empresas e os melhores terem apoio da empresa jr., ou ajuda para captar recursos?


Como podemos perceber esta ideia de fato é promissora e penso que os resultados poderiam extrapolar as expectativas, principalmente se houver o comprometimento por parte dos estudantes que seriam beneficiados de fato com este programa. Alfredo Assumpção aponta ainda na matéria alguns dos benefícios deste programa:
  • Fonte constante de capital humano qualificado;
  • Nova via de acesso a postos de trabalhos e salários melhores;
  • Desoneração do mundo corporativo (não estamos falando em redução de tributos)
Se formos analisar a proposta do autor, perceberemos que a mesma não é nenhuma utopia, muito pelo contrário, ela é baseada,  acredito eu, em seu conhecimento e vivência profissional e penso que muitos dos leitores em algum momento, já divagaram sobre o assunto ou obteveram um vislumbre do que aqui é proposto.

Então pergunto agora, o que se faz necessário para que as empresas, entidades universitárias e governo formalizem este pacto? Condições para fazê-lo avançar, temos de sobra, vontade de fazê-lo dar certo e gerar frutos também. Então, por que não tornar as organizações uma verdadeira usina de talentos como propõe o autor?

Opinem, deem sua contribuição para este questionamento!
Agradeço imensamente ao Alfredo Assumpção, economista e presidente da FESA – Empresa de recrutamento e seleção de altos executivos e autor do livro, Talento, A verdadeira riqueza de uma nação, por me permitir divulgar sua opinião, compartilhando-a com aqueles que me leem.

Cristiane Ornelas
Desenvolvendo pessoas, transformando organizações através de uma nova visão.

(Nota de Rui Martins - não dá para se fazer uma mudança como essa e se começar a ensinar administração de verdade, para o 3º milênio, com uma educação burocratizada e sem ousadia, tratando os alunos como se fossem estúpidos. Não são!! Se os desafiarmos eles crescem, mas se os tratarmos como crianças, responderão como tal. É preciso também reciclar os professores para saírem de suas zonas de conforto e encararem o desconhecido.) 
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