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sábado, 16 de junho de 2012

O CEO tem um iate ou uma Ferrari? Talvez seja melhor vender a sua ação

Líderes extravagantes tendem a ser mais lenientes com fraudes, mostra pesquisa

  • Mercados
  • 12/06/2012 06:12
  
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São Paulo – O líder da empresa em que você investe costuma aparecer nas páginas sociais dos jornais comandando festas glamorosas em iates ou posando em fotos com os últimos modelos da Ferrari? Se a resposta for sim, talvez isso seja um indicativo sobre o modo com que ele comanda os projetos e os demais diretores da sua companhia, mostra um estudo recente publicado por pesquisadores do Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas (NBER, na sigla em inglês).

O documento preparado por Robert Davidson (Universidade de Georgetown), Aiyesha Dey (Universidade de Minnesota) e Abbie J. Smith (Chicago Booth School of Business) descobriu que as empresas que possuem CEOs mais gastadores em suas vidas pessoais são mais propensos a vivenciar fraudes contábeis, republicações de relatórios financeiros e a entrar em operações desastrosas.

“Nós examinamos como o comportamento dos executivos fora do ambiente de trabalho, medida pela sua propriedade de bens de luxo (grau de simplicidade baixo) e infrações à lei anteriores, está relacionada ao risco de relatórios financeiros duvidosos”, dizem os pesquisadores em “Executives ‘off-the-job’ behavior, corporate culture, and financial reporting risk”.

Os problemas
O público acompanhado pelos pesquisadores foi formado por CEOs que possuíssem um barco de aproximadamente 8 metros ou mais, um carro com valor acima de 75 mil dólares ou um imóvel cujo preço fosse maior do que duas vezes a média local. Esses executivos, rotulados de esbanjadores, seriam mais dispostos a ter erros em relatórios ou outros problemas financeiros em suas empresas.

Descobrimos que os CEOs esbanjadores têm uma supervisão mais frouxa caracterizada por probabilidades relativamente altas de outros cometerem fraudes e também erros não intencionais”, explicam. “As companhias lideradas por CEOs esbanjadores estão significantemente mais propensas a se engajar em grandes aquisições, investir menos no crescimento orgânico de longo prazo, a operar ativos em lugares menos eficientes”, ressaltam.

Não há evidências de que os executivos mais esbanjadores em suas vidas pessoais tenham problemas legais em sua vida pessoal. Os problemas se restringem às companhias lideradas por eles. Que digam os acionistas do banco Cruzeiro do Sul, que recentemente viram as suas ações derreterem após a descoberta de uma fraude bilionária no balanço. Quando o banco completou 15 anos de existência, em 2009, o banqueiro Luis Octavio da Costa contratou o cantor Elton John para um show exclusivo na Sala São Paulo.

Os acionistas da Berkshire Hathaway, por outro lado, conhecem bem o resultado de um administrador cuja vida é levada de uma maneira mais simples. Warren Buffett, o investidor bilionário e CEO da Berkshire, se orgulha de ainda manter os laços com a cidade onde nasceu, a pequena Omaha no estado americano de Nebraska. Ele ainda vive na casa que comprou em 1958 no centro da cidade. Os pesquisadores tentam deixar claro que os CEOs podem fazer o que quiserem com o próprio dinheiro, mas que o estudo abre a porta para novas investigações acerca do tema.

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