27 de
dezembro de 2011, às 13h03min
Consultores alertam que clareza no uso do
idioma contrata em média 350 profissionais por ano e é fator decisivo para o
sucesso em uma carreira
Por Redação
Administradores, www.administradores.com.br
A importância
crescente da comunicação e a redução do número de secretárias nas empresas
levou à necessidade de muitos executivos começarem a escrever suas próprias
cartas, e-mails e apresentações. E o resultado disso tem sido um desastre de
grandes proporções: os executivos brasileiros, mesmo dominando outras línguas,
escrevem mal no idioma vernáculo.
Segundo
Carlos Faccina, ex-Diretor de RH da Nestlé, durante bom tempo a prática de
escrever bem andou ligada à idéia de cultura inútil, que não era fundamental
para a produtividade. "Mas de uns sete ou oito anos para cá, quando as
empresas passaram a dar mais ênfase à comunicação como um todo, ficou visível o
total despreparo dos executivos para redigir um texto", alerta.
Para Marcelo
Maron, Diretor Executivo do Grupo PAR, de Brasília, além de consultor e
professor da UniEURO, muitos executivos se preocupam com o inglês, mas esquecem
por completo a importância de escrever bem na própria língua. "Escrever
corretamente e dominar seu próprio idioma é condição básica para crescer na
vida profissional. Salvo raras exceções, não há pessoas que cresçam em suas
carreiras sem saber redigir boas correspondências, projetos ou mesmo contratos.
Há quem diga que para tanto servem os assessores, advogados e secretárias. Com
certeza é muito desejável que eles também saibam, mas um verdadeiro
profissional tem de saber colocar suas ideias no papel, com clareza e
objetividade. Caso contrário, não fará uso adequado de suas próprias
aptidões", assinala Maron.
O professor,
que aplica teste de redação nos processos de seleção dos profissionais que
contrata, diz-se impressionado com a quantidade de candidatos a cargos
gerenciais que simplesmente não escrevem com clareza ou mesmo precisão.
"Não me refiro ao português formal e absolutamente irretocável, mas ao
domínio da língua de uma forma correta, limpa e clara, mesmo que um tanto
coloquial. É o mínimo que se pode exigir de alguém que ocupe um cargo de
liderança. Isso não quer dizer que aqueles que não têm cargos de chefia podem
relaxar no que diz respeito ao bom português, porque escrever é básico, é
cartão de visita de qualquer pessoa, física ou jurídica. Muitas coisas ali são
reveladas, tais como equilíbrio, preparo, capacidade de exposição e síntese,
imagem, objetividade, criatividade, entre muitas outras qualidades e até problemas",
explica Maron.
A clareza no
uso do idioma, assinala Maron, que contrata em média 350 profissionais por ano,
é fator decisivo para o sucesso em uma carreira, seja ela onde for.
"Infelizmente, é muito comum encontrar comunicados empresariais que dariam
vergonha a qualquer bom aluno de ensino fundamental. Mas sobretudo, falta às
pessoas a clareza necessária para se fazerem entender na linguagem escrita.
Difícil encontrar quem construa um texto de forma adequada aos seus objetivos,
mesmo com erros perdoáveis", aponta.
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